O uso do cigarro eletrônico pode causar diversos danos à saúde, incluindo à pele, com consequências que vão de curto a longo prazo. O risco é tão sério que o quadro já foi batizado de “Vape Face” (rosto de vape, em tradução literal). Diante disso, a
A cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, explica que o fumo causa vasoconstrição por até uma hora, reduzindo o oxigênio nos tecidos e acelerando o envelhecimento. Isso compromete a renovação da pele, deixando-a opaca, amarelada e desidratada.
Mas, apesar dos prejuízos entre os dois tipos de cigarros serem parecidos, no caso dos vapers, o problema é agravado pois existe uma maior quantidade de nicotina presente, sendo ela o maior adversário da pele nessa situação.
Cigarro eletrônico e cigarro tradicional: qual é pior?
Em novembro de 2024, foi divulgada uma pesquisa sobre cigarros eletrônicos, realizada pelo Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e o Laboratório de Toxicologia da Rede Premium de Equipamentos Multiusuários da Faculdade de Medicina da USP. A pesquisa revelou índices alarmantes de nicotina no organismo de pessoas que utilizam cigarro eletrônico de forma diária e intensa.
Nesses indivíduos, os níveis superaram em até seis vezes o valor médio encontrado em fumantes de 20 cigarros/dia (média de 400 ng/ml). O mesmo estudo revela que, enquanto um fumante de cigarro tradicional costuma dar cerca de 200 tragadas por dia, os usuários de cigarro eletrônico com consumo elevado podem chegar a dar mais de 1.500 tragadas diariamente.
Danos a pele e aos órgãos
A nicotina dos cigarros reduz a produção de colágeno e elastina, tornando a pele mais flácida e com mais rugas. Além disso, as expressões faciais que são feitas ao fumar contribuem para linhas ao redor da boca e nariz.
O consumo também aumenta os radicais livres (moléculas), acelerando o envelhecimento da pele, afinando sua espessura e favorecendo bolsas nas pálpebras e manchas, segundo a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O uso de vape prejudica a cicatrização devido à menor oxigenação dos tecidos e ao aumento da inflamação, elevando o risco de complicações cirúrgicas, segundo Lassance.
Além disso, fumar pode agravar doenças autoimunes, alérgicas e inflamatórias, como acne, rosácea e psoríase, além de aumentar o risco de câncer de pele. Também enfraquece os cabelos, favorecendo a queda, e deixa as unhas mais frágeis e amareladas.
* Com informações da Agência Einstein
* Sob supervisão de Lucas Borges