A cantora Lexa informou, nesta segunda-feira (10), a morte da filha, Sofia, com apenas três dias de vida. A bebê nasceu prematura após a mãe sofrer de complicações da pré-eclâmpsia, que evoluiu para a síndrome HELLP.
Como já explicado pela ginecologista obstetra Amanda Kanaciro Correa Cruz à Itatiaia, a pré-eclâmpsia é uma doença gestacional caracterizada pelo aumento da pressão arterial associada à perda de proteína pela urina e outras alterações de sangue. Essas alterações indicar lesões no rim, no fígado e influenciar no desenvolvimento inadequado dos bebês.
A pré-eclâmpsia, em alguns casos, pode evoluir para eclâmpsia, que é quando a mãe tem uma síndrome convulsiva. Em outros casos, como o da cantora, a doença pode desencadear a Síndrome HELLP, uma complicação grave. Nem sempre quem tem pré-eclâmpsia terá a síndrome, já que ela é rara e de difícil tratamento.
HELLP é uma abreviação para hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas, segundo a ginecologista. Se a gestante apresenta alguma dessas condições, é feito o diagnóstico da síndrome.
O que causa a síndrome?
Segundo Aluana Rezende Parola, ginecologista e obstetra especialista em medicina fetal e em gravidez de alto risco e professora de Medicina do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), a causa da doença não é totalmente clara, mas há alguns fatores de risco, como:
- histórico de pré-eclâmpsia ou hipertensão na gestação anterior ou atual;
- primeira gestação;
- idade materna acima de 35 anos;
- gestação múltipla;
- obesidade;
- histórico de doenças autoimunes.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas, segundo Aluana, são: dor intensa do lado direito do abdômen e abaixo das costelas, onde fica o fígado, náuseas e vômitos, dor de cabeça forte, fadiga ou mal-estar geral, aumento da pressão arterial e alteração da visão em alguns casos.
O único tratamento efetivo para a Síndrome HELLP é o parto e, dependendo da idade gestacional, são feitos alguns procedimentos antes. “Existem alguns passos antes da gente fazer o parto, como corticoide para amadurecer o pulmão do bebê, medicamentos para controlar a pressão arterial e, principalmente, um monitoramento rigoroso em ambiente hospitalar”, explicou a professora.
No caso de Lexa, Sofia precisou nascer aos seis meses de gestação.
“Caso o parto não seja feito, existem riscos de complicações, que são: insuficiência hepática ou renal, sangramento, edema agudo de pulmão, descolamento da placenta e, até mesmo, óbito materno e fetal nos casos mais graves”
Pode deixar sequelas?
Sim, a Síndrome HELLP pode deixar sequelas tanto para a mãe, quanto para o bebê, segundo a médica.
“As possíveis sequelas para a mãe são os danos ao fígado, insuficiência renal, distúrbios de coagulação, hipertensão crônica e aumento do risco cardiovascular no futuro, complicações neurológicas e um risco aumentado em futuras gerações de recorrência da síndrome HELLP”, disse Aluana.
Já para o bebê, as sequelas podem ser: síndrome do desconforto respiratório, atraso no desenvolvimento, baixo peso ao nascer, complicações neurológicas, como hemorragias cerebrais, e risco aumentado de doenças crônicas ao longo da vida, como hipertensão, diabetes e problemas respiratórios.
Como prevenir?
A HELLP não tem uma forma garantida de prevenção, conforme explicou a professora do Uni-BH, mas algumas medidas podem diminuir o risco. São elas:
- acompanhamento pré-natal regular para monitorar a pressão arterial;
- controle da pressão arterial;
- alimentação saudável e hidratação;
- controle do peso;
- redução do estresse;
- monitoramento de doenças pré-existentes (diabetes, lúpus ou outras doenças autoimunes).
No caso de pacientes com outros fatores de risco, como hipertensão arterial crônica, ou que têm histórico de pré-eclâmpsia, o uso de AAS e do cálcio, além de estar sempre prestando atenção nos sinais de alerta, são boas opções.
“Diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais para evitar complicações graves”, finalizou a professora.
Morte de Sofia
A cantora Lexa anunciou, nessa segunda-feira (10), a morte da filha, Sofia, no último dia 5, três dias após o nascimento prematuro dela. A bebê, fruto do relacionamento da cantora com o modelo Ricardo Vianna, nasceu no dia 2 de fevereiro, mas não resistiu.
Lexa havia sido internada no dia 20 de janeiro em São Paulo, devido a um quadro de pré-eclâmpsia durante o sexto mês de gestação. Ela precisou de ficar na Unidade de Tratamento semi-intensivo devido ao quadro, considerado grave.
“Eu tô vivendo o meu luto e o meu deserto, tenho fé que em breve sairei dele. Eu experimentei do maior amor do mundo e da maior dor também. Por hora eu só quero ficar quietinha. Depois que somos mães, uma pessoa nova nasce. Espero que essa nova versão sorria de verdade, viva intensamente, volte a trabalhar com muita energia e idealize coisas lindas. Mas, por hora, eu prefiro respeitar a minha solidão. Já já eu volto, não como antes, mas eu volto”, escreveu a artista nas redes sociais.