As autoridades da China têm enfrentado um grande problema com doenças virais nos últimos dias. Uma das principais delas é o
Identificado pela primeira vez em 2001, o HMPV é um vírus respiratório que pertence à família Paramyxoviridae. Ele causa infecções respiratórias e atinge principalmente crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido. Em geral, é associado a quadros leves, mas pode levar a bronquiolites e pneumonias.
No caso da China, o aumento de casos é em crianças e adolescentes de até 14 anos. Os sintomas mais comuns são: febre, tosse, congestão nasal, coriza e rouquidão. Em casos graves, pode haver dificuldade na respiração, chiado no peito, bronquiolite ou pneumonia.
Assim como outros vírus, o HMPV apresenta maior circulação no outono e inverno, em regiões de clima temperado. Em áreas tropicais, como no Brasil, pode ocorrer durante todo o ano, mas é mais comum em climas mais frios.
Não há um tratamento específico, mas há medidas de suporte como hidratação, controle de febre, uso de oxigenoterapia e, em casos graves, ventilação mecânica.
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Por que a China tem apresentado tantos casos?
Segundo Michele Andreata, médica paliativista da empresa
“O inverno, que favorece a circulação de vírus respiratórios, é um fator importante. Além disso, o relaxamento das medidas de controle implementadas durante a pandemia de COVID-19, como uso de máscaras e distanciamento social, pode ter contribuído para o aumento da transmissão. Outro ponto relevante é a possível redução da imunidade coletiva em virtude do menor contato com agentes respiratórios nos últimos anos, quando medidas de isolamento foram amplamente adotadas”, explicou.
Apesar de estar em crescente na China, o HMPV não tem o mesmo potencial de alta transmissibilidade e gravidade que o SARS-CoV-2, causador da covid-19, por exemplo.
“Assim, é improvável que ele alcance uma escala global comparável à COVID-19, mas surtos localizados podem ocorrer, especialmente em populações vulneráveis”, disse.
E o Brasil?
No Brasil, segundo a médica, o vírus já foi identificado em surtos locais, mas não foi responsável por grandes picos no país. "[O HMPV] não é considerado um problema de saúde pública de grande magnitude. No entanto, a vigilância epidemiológica deve ser mantida, especialmente em períodos de maior circulação de vírus respiratórios, para proteger as populações vulneráveis e prevenir complicações graves”, finalizou.