O Instituto Butantan publicou, nessa quinta-feira (8), um vídeo alertando sobre o número de acidentes com lagartas venenosas nas regiões Sudeste e Sul do Brasil durante o período de chuvas. Conforme o instituto de pesquisa, o aumento nesse período ocorre porque as largatas dependem do calor e da umidade para se desenvolver e procriar.
O que é uma lagarta?
A lagarta (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga, oruga, bicho-peludo) é uma das fases do ciclo de mariposas e borboletas. Conforme o Ministério da Saúde, as lagartas “cabeludas” e as lagartas “espinhudas” são as que mais causam acidentes no Brasil:
- Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”) - São geralmente solitárias e não-agressivas, de 1 a 8 cm de comprimento. Possuem “pelos” dorsais inofensivos longos e sedosos, de colorido variado (castanho, branco, negro, róseo) e que camuflam as verdadeiras cerdas pontiagudas e urticantes, que contém glândulas de venenos.
- Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”) - Vivem em grupos. Possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, semelhantes a pequenos pinheiros verdes, distribuídos no dorso da lagarta, não possuindo pelos sedosos. Estes “espinhos” mimetizam muitas vezes as plantas que as lagartas habitam. Nesta família se inclui o gênero Lonomia, com ampla distribuição em todo o país, e causador de acidentes hemorrágicos.
Como é a ‘lagartas mortal’?
As lagartas “espinhudas” têm coloração marrom-esverdeada, listras longitudinais castanho-escuras e padrões brancos em forma de U distribuídos por todo o corpo.
Além disso, tem inúmeros espinhos verde-claros que lembram o formato de pequenos pinheiros – é por meio desses dispositivos que elas inoculam seu veneno.
Onde elas são encontradas?
Quando lagartas, é comum encontrá-las aglomeradas no tronco de árvores frutíferas, onde descansam durante o dia, subindo até a copa para se alimentarem de folhas à noite.
Grande parte dos envenenamentos com Lonomia acontece nos membros superiores, como mãos, braços e até nas costas, principalmente porque o animal vive aglomerado nos troncos das árvores e as pessoas podem se apoiar neles sem perceber.
Quais são os efeitos?
De acordo com o pasta, podem ocorrer manifestações tanto locais quanto sistêmicas:
- Manifestações locais – dor imediata (queimação), irradiada para o membro, com área de eritema e edema na região do contato. Podem-se evidenciar lesões puntiformes eritematosas nos pontos de inoculação das cerdas e adenomegalia regional dolorosa. Bolhas e necrose cutânea superficial são raras. Os sintomas normalmente regridem em 24 horas, sem maiores complicações.
- Manifestações sistêmicas – Instalam-se algumas horas após o acidente, mesmo depois da regressão do quadro local. Presença de queixas inespecíficas (cefaleia, mal-estar, náuseas e dor abdominal), que muitas vezes estão associadas ou antecedem manifestações hemorrágicas (gengivorragia, equimoses espontâneas ou traumáticas, epistaxe). Hematúria, hematêmese e hemoptise podem indicar maior gravidade. Injúria renal aguda e hemorragia intracraniana têm sido associadas a óbitos.
Qual o tratamento?
Conforme a pasta, nos casos de suspeita de acidente, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo, para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do soro antilonômico (SALon).
Fonte: Ministério da Saúde