A mpox, antigamente conhecida como Varíola dos Macacos, voltou a ser alvo de recomendações pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nessa semana porque alguns países, principalmente no continente africano, têm enfrentado surtos da doença. No Brasil não há surtos, mas é importante que população fique atenta para os sintomas e riscos da doença.
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A OMS entendeu que foi preciso classificar a ocorrência de mpox como um episódio de importância internacional em saúde, porque a variante que vem causando os surtos, a ‘clado 1', apresenta uma maior letalidade do que as outras. “Ela também apresenta uma transmissibilidade maior. Quando comparado ao surto que tivemos em 2022, ele era relacionado muito mais a atividade sexual e esse surto tem sido relacionado ao contato com material infeccioso e o contato com a pele”, comentou à Itatiaia Flávio da Fonseca, Virologista do departamento de Microbiologia da UFMG.
O profissional pontua que ainda que exista o risco de uma epidemia de mpox no Brasil e no mundo, o padrão de transmissão da doença é muito diferente de doenças como o Covid-19 e a gripe. “Nelas, a transmissão acontece pelo ar, então uma pessoa tosse e elimina o vírus e ele fica suspenso no ar por muito tempo. Já o Mpox, ele necessita do contato entre as pessoas, então é mais difícil de ser transmitido. Justamente por isso, que, dificilmente, ela vai se transformar em uma epidemia, muito menos em uma pandemia”, explica.
O que é o mpox?
O Ministério da Saúde define o mpox como a doença causada pelo mpox vírus e que tem transmissão por meio do contato com pessoas, materiais e animais silvestres infectados pelo vírus.
Quais são os sintomas?
- Erupções cutâneas ou lesões da pele
- Linfonodo inchados (ínguas)
- Febre
- Dor de cabeça
- Dores no corpo
- Calafrio
- Fraqueza
- Acometimento sistêmico
Fonseca destaca que pessoas idosas ou imunossuprimidas tendem a desenvolver a forma mais grave da doença, enquanto pessoas jovens e saudáveis costumam a se curar rapidamente. "É uma condição mortal em casos de infecção muito disseminadas pelo corpo, quando o paciente apresenta um número de lesões muito alto, ou quando é idoso ou apresenta alguma imunossupressão”, pontua o virologista.
Como acontece a transmissão?
“A transmissão acontece principalmente no contato com a pele e com essas vesículas que surgem na pele. Elas rompem e liberam um líquido muito rico em partículas virais. Então, por exemplo, uma pessoa que tem essas lesões na pele, se ela encostar em outra pessoa que tem um arranhado, uma quebra na integridade da pele, ela pode se infectar”, comenta Fonseca.
O médico também explica que há a transmissão quando há o intenso contato entre peles durante o ato sexual.
Como prevenir?
O ministério da saúde aconselha que pessoas não infectadas evitem o contato direto com pessoas que possuem a suspeita ou a confirmação da doença. Pacientes diagnosticados com mpox devem cumprir isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão. Veja abaixo outras recomendações:
- Lavar regularmente as mãos com água e sabão;
- Utilizar álcool em gel, principalmente após contato com pessoa infectada;
- Lavar roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente;
- Limpar e desinfetar todas as superfícies contaminadas e descartar resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.
Crianças são um grupo de risco?
Sim, crianças são um grupo de risco por não possuírem o sistema imune completamente desenvolvido. Apesar da mpox com a variante ‘clado 1' não ter chegado ao Brasil, por ela ter uma transmissibilidade maior, pais e responsáveis devem ficar atentas caso haja o aparecimento de algum sintoma.