No dia 21 de junho se inicia o inverno no Hemisfério Sul. No Brasil, essa época é marcada pela baixa umidade do ar e pelas baixas temperaturas. Contudo, muito mais do que com a mudança climática, nesse período, brasileiros passam a conviver com doenças respiratórias, principalmente as crianças.
À Itatiaia, a pneumologista e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Isabela Picinin, explica que os vírus respiratórios já começam a circular no outono e que eles são os principais causadores de gripes e resfriados. “Esse período já aumenta circulação viral, o ar seco e frio acaba deixando a via aérea mais sensível e com isso há uma maior vulnerabilidade às infecções respiratórias. Esse quadro é ainda mais agravado no inverno”, esclarece.
Influenza
Picinin alerta aos pais e responsáveis, que um dos vírus que causam sintomas respiratórios mais graves é o da Influenza, causadora a gripe. “Ele tem potencial de causar quadros mais graves, com internação, complicação e, muitas vezes, óbito. Especialmente entre os grupos de risco, como crianças e idosos”, informa. Por isso, é importante que os pais não descuidem da vacinação das crianças.
Vírus respiratório sincicial
Conforme a infectologista, o vírus respiratório Sincicial é um dos grandes riscos para bebês nessa época do ano. “Ele acomete, principalmente, crianças pequenas de até anos e é capaz de causar bronquiolite viral aguda, que é a inflamação das pequenas vias aéreas das crianças”, pontua.
A médica esclarece que, em casos de bronquiolite viral aguda, é comum que as crianças tenham a necessidade de serem internadas e até intubadas.
Quadros alérgicos
Outro quadro em crianças, agravado pelo tempo seco e frio, é a rinite alérgica. Picinin pontua que é importante para crianças com essa condição que os pais tenham um acompanhamento especializado para a detecção precoce das crises alérgicas e respiratórias.
Como tratar?
Em casos de gripes e resfriados mais leves, quando a criança apresenta febre branda, nariz escorrendo e entupido e garganta arranhando levemente, os pais devem se preocupar em hidratar e alimentar bem os filhos. “Nesses casos, os pais devem tratar os sintomas. É recomendado lavagens nasais com soro fisiológico, hidratação com água e sucos naturais e manter a alimentação saudável”, aconselha Picinin.
A profissional também alerta sobre a importância de que os pais e responsáveis respeitem os limites das crianças e evitem mandá-las para escola nesses casos. “Elas podem contaminar outras crianças”, pontua.
