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Câncer de filha de Tiago Leifert está calcificado: veja os sintomas e tratamentos para o retinoblastoma

Em janeiro de 2022, Tiago Leifert e a esposa, Daiana Garbin, revelaram que a filha deles foi diagnosticada com um câncer na córnea

Daiana Garbin e Tiago Leifert descobriram doença quando filha tinha 11 meses

A jornalista Daiana Garbin voltou a comentar a situação delicada de saúde de Lua, filha dela com Tiago Leifert, em uma entrevista ao Universa Uol. A pequena foi diagnosticada com retinoblastoma, um tipo de câncer na retina, no segundo semestre de 2021, quando a criança ainda não havia completado um ano.

Garbin explicou que o momento foi de muita preocupação com a saúde da filha. “Eu dizia: ‘Não pode ser verdade que estou levando a minha filha para a quimioterapia’. Diante de tudo que vivi, a pior dor que uma mulher pode sentir é o medo de perder um filho. Você quer acreditar que é mentira e que vai acordar de um pesadelo”, comentou na entrevista. Atualmente, Lua já frequenta a escola e não faz mais tratamentos quimioterápicos porque o câncer está calcificado.

Durante o processo doloroso, Garbin e Leifert entenderam que, se os dois que são jornalistas e têm acesso à informação demoraram para investigar uma mancha branca no olho da filha, outras pessoas também podem enfrentar a mesma situação. Por isso, os dois criaram a campanha ‘De Olho Nos Olhinhos’ para alertar pais sobre sintomas e riscos do retinoblastoma.

Em entrevista à Itatiaia, o médico oncologista pediátrico, Joaquim Caetano de Aguirre Neto, da Oncoclinicas Belo Horizonte, explicou que o Retinoblastoma é uma doença exclusiva das crianças, e que a maioria dos casos surge antes dos 5 anos.

“A maior parte desses pacientes vão estar na faixa entre os 2 anos e 3 anos. É claro que um ou outro paciente pode ser mais velho, mas a maioria dos casos de retinoblastoma bilateral [nos dois olhos] são diagnosticados antes de um ano. Em casos de acometimento unilateral, aparecem crianças um pouquinho mais velhas, entre dois e três anos”, informa.

O que é o retinoblastoma?

O retinoblastoma é um tumor intraocular maligno, um câncer que acomete a retina. “A retina é um tecido que fica dentro dos nossos olhos que e que é responsável pela captação de luz das imagens e levar essas informações para o cérebro”, esclarece Neto.

Ele explica que quanto mais o retinoblastoma cresce, mais ele vai prejudicando a retina e outras partes do olho. A doença pode se estender para o nervo ótico e pode atingir o cérebro, ponto preocupante para os médicos e para as famílias.

O que pode causar o retinoblastoma?

O especialista pontua que não existe uma causa específica que seja possível detectar para prevenir a doença. “A retina é um tecido que vai maturando à medida que a criança vai crescendo, então a maioria desses tumores são de origem esporádica”, afirma.

Contudo, Neto destaca que em alguns casos possível reconhecer um padrão de hereditariedade. “No caso do retinoblastoma unilateral, 10% desses casos é uma doença que passa dos pais para os filhos, principalmente nos casos que são diagnosticados antes de um ano e que tem vários focos do tumor em um olho só, é o que a gente chama de unilateral multifocal. Já no caso dos retinoblastomas bilaterais essa porcentagem aumenta e conseguimos encontrar em quase um quarto dos casos um histórico da doença na família”, pontua.

O médico frisa que não são 100% dos casos em que há a relação entre o diagnóstico e a hereditariedade.

Qual o tratamento para o retinoblastoma?

Neto afirma que os tratamentos para a doença dependem do tamanho das lesões, do acometimento do tumor no olho e do acometimento sistêmico. “O tratamento varia desde o mais temido, que é a nucleação de retirada do olho, até tratamentos com técnicas muito avançadas de tratamento oftalmológico local, como laser terapia, crioterapia e a quimioterapia intra-arterial. Nestes a gente administra micro doses no tumor através da artéria oftalmológica”, explica .

Em casos de pacientes com a doença mais avançada, eles podem ser submetidos a quimioterapia endovenosa e a radioterapia, ou seja, um tratamento sistêmico.

Como prevenir a doença?

Como não há como prever o surgimento da doença, a melhor forma de tratar é fazer o diagnóstico no estado inicial. “Dessa forma é possível não só preservar a vida que é o objetivo principal, como também o olho”, afirma.

Neto esclarece que hoje existe uma lei que prevê que todos os bebês já saiam da maternidade com o teste do reflexo vermelho, conhecido como teste do olhinho. “Esse teste sendo bem feito já é a primeira etapa para tentar identificar alguma alteração, como um reflexo vermelho alterado ou ausência do reflexo vermelho. Esses quadros necessitam ser avaliados”

O profissional também destaca a importância das consultas periódicas aos pediatras no primeiro e segundo ano de vida das crianças.

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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento