A jornalista
Garbin explicou que o momento foi de muita preocupação
Durante o processo doloroso, Garbin e Leifert entenderam que, se os dois que são jornalistas e têm acesso à informação demoraram para investigar uma mancha branca no olho da filha, outras pessoas também podem enfrentar a mesma situação. Por isso, os dois criaram a campanha ‘De Olho Nos Olhinhos’ para alertar pais sobre sintomas e riscos do retinoblastoma.
Em entrevista à Itatiaia, o médico oncologista pediátrico, Joaquim Caetano de Aguirre Neto, da Oncoclinicas Belo Horizonte, explicou que o Retinoblastoma é uma doença exclusiva das crianças, e que a maioria dos casos surge antes dos 5 anos.
“A maior parte desses pacientes vão estar na faixa entre os 2 anos e 3 anos. É claro que um ou outro paciente pode ser mais velho, mas a maioria dos casos de retinoblastoma bilateral [nos dois olhos] são diagnosticados antes de um ano. Em casos de acometimento unilateral, aparecem crianças um pouquinho mais velhas, entre dois e três anos”, informa.
O que é o retinoblastoma?
O
Ele explica que quanto mais o
O que pode causar o retinoblastoma?
O especialista pontua que não existe uma causa específica que seja possível detectar para prevenir a doença. “A retina é um tecido que vai maturando à medida que a criança vai crescendo, então a maioria desses tumores são de origem esporádica”, afirma.
Contudo, Neto destaca que em alguns casos possível reconhecer um padrão de hereditariedade. “No caso do retinoblastoma unilateral, 10% desses casos é uma doença que passa dos pais para os filhos, principalmente nos casos que são diagnosticados antes de um ano e que tem vários focos do tumor em um olho só, é o que a gente chama de unilateral multifocal. Já no caso dos retinoblastomas bilaterais essa porcentagem aumenta e conseguimos encontrar em quase um quarto dos casos um histórico da doença na família”, pontua.
O médico frisa que não são 100% dos casos em que há a relação entre o diagnóstico e a hereditariedade.
Qual o tratamento para o retinoblastoma?
Neto afirma que os tratamentos para a doença dependem do tamanho das lesões, do acometimento do tumor no olho e do acometimento sistêmico. “O tratamento varia desde o mais temido, que é a nucleação de retirada do olho, até tratamentos com técnicas muito avançadas de tratamento oftalmológico local, como laser terapia, crioterapia e a quimioterapia intra-arterial. Nestes a gente administra micro doses no tumor através da artéria oftalmológica”, explica .
Em casos de pacientes com a doença mais avançada, eles podem ser submetidos a quimioterapia endovenosa e a radioterapia, ou seja, um tratamento sistêmico.
Como prevenir a doença?
Como não há como prever o surgimento da doença, a melhor forma de tratar é fazer o diagnóstico no estado inicial. “Dessa forma é possível não só preservar a vida que é o objetivo principal, como também o olho”, afirma.
Neto esclarece que hoje existe uma lei que prevê que todos os bebês já saiam da maternidade com o teste do reflexo vermelho, conhecido como teste do olhinho. “Esse teste sendo bem feito já é a primeira etapa para tentar identificar alguma alteração, como um reflexo vermelho alterado ou ausência do reflexo vermelho. Esses quadros necessitam ser avaliados”
O profissional também destaca a importância das consultas periódicas aos pediatras no primeiro e segundo ano de vida das crianças.