Em janeiro de 2022, Daiana Garbine e Tiago Liefert revelaram o diagnóstico de câncer de Lua, com apenas penas 11 meses de vida. A pequena estava com retinoblastoma — tipo raro de tumor nos olhos. Os últimos anos foram de muita luta para o casal e a menina. Em relato publicado ao Universa UOL nessa quinta-feira (2), Daiana Garbin desabafou sobre a angústia, culpa e fé que sentiu após descobrirem a doença.
Tudo começou quando o casal
O tratamento
Daiana revelou, pela primeira vez, que os tumores foram descobertos em grau E. O passo seguinte seria a metástase. “Nunca contamos para ninguém para preservá-la - foram muitas sessões de quimioterapia com anestesia geral, em que um catéter era introduzido por sua virilha e jogava a quimioterapia intra-arterial diretamente no globo ocular”, contou.
Ela disse que esse é um tratamento de ponta no mundo todo, que está disponível no Brasil pelo SUS. “O médico que atende minha filha é o mesmo do sistema público de saúde”, revelou.
Luta
Ela chama atenção para a importância do diagnostico precoce. “Se nós, dois jornalistas, que vivem em São Paulo e têm acesso aos melhores médicos e muita informação, só descobrimos no estágio avançado, imagina quem não tem acesso à informação no Brasil?”, questionou.
Por isso, eles contaram em janeiro, quatro meses depois, enquanto ela ainda passava pelas primeiras quimios, que se estenderam ainda por dois anos.
“Há coisas que acontecem em sua vida que não são esperadas, mas transformam a vida para sempre. Tinha dois caminhos: afundar no sofrimento ou arrumar um jeito de enxergar a vida de outra forma, o que acabamos fazendo depois, ao criar a ONG De Olho nos Olhinhos”, relatou.
Fé
Daiana ainda declarou que sua fé foi fundamental nesse momento. “Quando a gente recebe a notícia de câncer de um bebê de 11 meses, não tem opção que não seja lutar, acreditar em Deus e confiar nos médicos. A criança não sabe o que está acontecendo, não tem sintoma e só queria engatinhar. A medicina não explica ainda porque isso aconteceu, e quando é difícil a compreensão, é natural negar Deus. Eu dizia: ‘Não pode ser verdade que estou levando a minha filha para a quimioterapia’. Diante de tudo que vivi, a pior dor que uma mulher pode sentir é o medo de perder um filho. Você quer acreditar que é mentira e que vai acordar de um pesadelo”, afirmou.
Em agosto do ano passado, Lua passou a frequentar a escola. "É um milagre que ela enxergue. Nesse momento, estamos em observação, as quimios acabaram e o tumor está calcificado”, contou. “Porém, fazemos exames a cada 60 dias porque existe grande risco de voltar até os 5 anos de idade. Cada exame desse é uma nova anestesia geral”, acrescentou.
Para a jornalista, o câncer é um grande professor e ensina a aceitar que não temos controle de nada. “A cada 60 dias, vivo de novo. A doença da minha filha me trouxe urgência de ser feliz”, declarou.