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Seu filho está com piolho? Saiba prevenção, tratamento e o que não se deve fazer

Pediatra especialista em dermatologia dá dicas que podem tornar o tratamento mais eficaz e menos estressante

Photo of confused little redhead girl with freckles standing isolated over yellow background. Looking camera.

Infância boa é aquela cheia de brincadeiras, bagunça, correria e muito abraço. Mas essa proximidade toda também costuma trazer um problema bem chatinho para as famílias: piolho.

Quando a escola manda um comunicado, ou quando os filhos começam a coçar a cabeça, já vem um arrepio nos pais, porque nem sempre é simples o tratamento dessa parasitose, que costuma exigir muita disciplina e paciência.

Quanto mais informação a família tem, maior a chance de a dor de cabeça ser menor, e o processo, mais suave. Para ajudar nessa tarefa, a pediatra especialista em dermatologia pediátrica Izabella Reis, presidente do Departamento de Dermatologia da Sociedade Mineira de Pediatria, dá dicas do que é recomendado e do que não deve ser feito (ou não faz diferença) no tratamento. Confira:

Transmissão

A transmissão do piolho acontece pelo contato direto com a cabeça de uma pessoa infestada. Segundo a pediatra, “cabeça com cabeça” é a principal forma de transmissão. Ela explica, ainda, que esses parasitas não pulam ou voam. “Também não usam animais de estimação como vetores”, completa. Além disso, Reis ressalta que higiene pessoal e limpeza da casa e da escola não têm a ver com surgimento de piolhos.

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Ciclo de vida

Segundo a pediatra, o piolho fêmea vive cerca de um mês. Nesse período, põe de 7 a 10 ovos por dia, prendendo-os firmemente na base do cabelo. São esses ovos que chamamos de “lêndeas”. Em oito dias, eles eclodem e liberam os “filhotes”, que demoram 8 dias para amadurecer. Reis explica que as lêndeas ficam mais brancas e visíveis depois de eclodirem.

Sintomas

O principal sintoma é a clássica coceira do couro cabeludo. Segundo a especialista, essa coceira é uma reação alérgica à saliva dos piolhos, que eles injetam quando se alimentam.

Tratamento

Confira recomendações de tratamento, segundo a pediatra especialista em dermatologia pediátrica Izabella Reis:

  • Uso de pediculicida (substância que mata piolho) de ação tópica, como a permetrina, usado conforme prescrição médica
  • Uso de pente fino nos cabelos úmidos diariamente, por 10 dias, aumenta a eficácia do tratamento
  • Caso seja usada a permetrina, não se deve usar condicionador no dia da aplicação
  • Medicamentos orais, como a ivermectina, devem ser reservados para casos que não responderam ao tratamento tópico

Receitas caseiras

A pediatra especialista em dermatologia pediátrica explica que não há estudos que demonstrem a eficácia de tratamentos caseiros. Ainda assim, afirma, vaselina e óleos vegetais são usados para matar os piolhos por “sufocamento” com poucos eventos adversos. “Uma grande variedade de óleos essenciais tem sido usada para este fim. Porém, muitos são conhecidos por serem fontes de irritação e sensibilização alérgica e podem reagir de forma cruzada com outros agentes que o paciente esteja usando”, explica. “Por isso, devem ser evitados em bebês, crianças e adolescentes.”

Em relação ao vinagre, outra substância famosa e antiquíssima no tratamento caseiro de piolho, Reis diz que ele pode ser usado no intuito de facilitar a retirada de lêndeas. Para isso, deve ser aplicado no cabelo três minutos antes de se passar o pente fino.

E alerta: “substâncias altamente inflamáveis, como gasolina ou querosene, ou produtos destinados ao uso animal (por exemplo, xampus contra pulgas) nunca devem ser utilizados.”

Todo mundo examinado

Se alguém da casa está com piolho, não é preciso tratar todos os familiares, de acordo com a médica. Mas todos devem ser examinados. Apenas devem ser tratados se forem encontrados piolhos ou lêndeas vivas a 1 cm do couro cabeludo.

Troca de roupas de cama e toalhas

É indicado que toalhas, roupas e roupas de cama sejam lavadas quando se detecta presença de piolhos na pessoa em que as usou nos dois dias anteriores ao tratamento. Outros itens que devem ser higienizados ou isolados por duas semanas em sacos plásticos lacrados são:

  • Pentes
  • Chapéus
  • Escovas

Também é recomendada a aspiração de:

  • Móveis
  • Carpetes
  • Banco de carro

Prevenção

A única forma de prevenção é evitar o contato físico com a pessoa infectada. “E isso é pouco provável entre as crianças”, lembra Reis. Segundo ela, não existem produtos com eficácia comprovada para repelir os piolhos, e seu o uso não deve ser incentivado. Uma forma de detectar precocemente uma infestação é a vigilância regular pelos cuidadores.

Na escola

A pediatra afirma que crianças não devem ser afastadas das aulas por causa de piolhos ou lêndeas. “Os piolhos geralmente estão presentes semanas antes da detecção. Ao notar a presença de piolhos ou lêndeas, a família deve ser comunicada, para que se busque pelo tratamento adequado e o mais breve possível”, afirma.


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Jornalista há 15 anos, com experiência em impresso, online, rádio e assessoria de comunicação