A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira (1) a autorização do uso da vacina Abrysvo, desenvolvida pela empresa Pfizer, para a prevenção da bronquiolite em bebês, a partir da imunização das mães entre 24 e 36 semanas de gestação.
Em entrevista a Itatiaia, o Dr. Cristiano Galvão, infectologista do hospital Vila da Serra, em Nova Lima (MG), afirma que a medida é uma estratégia importante para proteger os recém-nascidos contra a bronquiolite, uma infecção viral que afeta principalmente crianças com menos de 2 anos.
Segundo ele, ao receber a vacina durante a gravidez, as mães desenvolvem anticorpos que são transmitidos ao feto, conferindo-lhes imunidade nos primeiros meses de vida, quando o risco de complicações da doença é mais elevado.
Estudos mostram que a vacinação de gestantes pode reduzir em até 70% o risco de bronquiolite nos seis primeiros meses de vida do bebê.
O que é a bronquiolite?
A bronquiolite é uma infecção viral aguda que afeta predominantemente o trato respiratório inferior de crianças menores de 2 anos, com o pico de incidência ocorrendo entre os 2 e 6 meses de idade.
Causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), doença é de fácil transmissão, assim como a gripe e outras viroses, disse Dr. Cristiano Galvão.
Ele explica que os sintomas da bronquiolite incluem desconforto respiratório, como a “respiração mais ruidosa”.
Em bebês prematuros ou com comorbidades, a doença pode progredir para complicações graves, incluindo hipoxemia, deficiência respiratória e a necessidade de cuidados intensivos em uma CTI, explicou o médico do Villa da Serra.
Por outro lado, a bronquiolite não é considerada um problema de saúde grave para mulheres gestantes.
Segundo o Dr. Cristiano Galvão, embora elas possam contrair a doença, os sintomas são geralmente semelhantes a um resfriado leve.
Vacinação
O médico acredita que a liberação de vacinas pode reduzir a carga do sistema público de saúde - que muitas vezes fica sobrecarregado de crianças nos períodos sazonais de disseminação da doença.
“A expectativa são muito boas, porque realmente bronquiolite é responsável por uma morbidade, uma quantidade de internação muito grande de criança nessa faixa etária de zero até dois anos, principalmente até os seis meses de idade”, destacou Dr. Cristiano Galvão.
“A expectativa é que com a aplicação universal da vacina nas gestantes, a gente consiga uma redução drástica de bronquiolite nas crianças que desafogue o sistema de saúde. Também vai ter menos crianças desenvolvendo complicações, quadros de potenciais gravidades da doença, porque elas já vão estar protegidas”, concluiu o médico.
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