Apesar de não terem as mamas desenvolvidas, homens também têm tecido mamário, ainda que plano e pequeno. Com isso, também podem desenvolver o câncer de mama, mesmo que as ocorrências sejam mais raras.
O câncer de mama em homens representa 1% do total de diagnósticos realizados. Estudos mostram que, nos últimos anos, não tem ocorrido aumento no número de casos. Ainda assim, de acordo com
O que é o câncer de mama?
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Sinais de alerta do câncer de mama
A Dra. Flávia Paes, médica oncologista e especialista em câncer de mama da Oncoclínicas, explica sobre os principais sinais de alerta do câncer de mama em homens. De acordo com a médica, deve-se ter atenção ao notar:
- Crescimento, geralmente unilateral, da mama;
- Aparecimento de nódulos nas mamas;
- Dor na mama.
"É muito importante que cada homem conheça o seu corpo para que identifique esses sinais de alerta ou sintomas o mais rápido possível”, complementa a especialista.
Diagnóstico
Geralmente, o diagnóstico do câncer de mama em homens é feito através da palpação - método que usa as pontas dos dedos ou as palmas das mãos para examinar o corpo. “Não é rotina o homem fazer exames de imagens de rastreamento, como as mulheres fazem”, explica o doutor Felipe Zerwes, especialista em Mastologia.
O médico, presidente da Comissão Nacional de Especialidades – Mastologia, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, ressalta a palpação como método usual. “Então, se for notado um nódulo atrás da aréola do mamilo, algum abaulamento ou retração, deve-se procurar um médico”, orienta Zerwes.
Não se faz mamografia em homem. Mesmo com histórico familiar, a recomendação é fazer exames clínicos periódicos.
Causas
O câncer é causado pela multiplicação desordenada de células anormais. No caso do câncer de mama, essas células formam um tumor que pode invadir localmente a parede torácica ou outros órgãos.
Fatores genéticos
Dois fatores genéticos podem influenciar no desenvolvimento do câncer de mama em homens. São eles:
- Mutação no gene BRCA;
- Síndrome de Klinefelter - condição genética em que um homem nasce com uma cópia extra do cromossomo X.
Entretanto, mesmo em homens com mutação no gene BRCA, a chance de desenvolver o câncer de mama não é altíssima, como nas mulheres. Por outro lado, paciente com síndrome de Klinefelter tem risco maior de desenvolver a doença. Nesse caso, é preciso fazer exames clínicos periódicos.
A dra. Flávia Paes ressalta a idade como um fator de risco e o histórico familiar. “Quanto maior a idade, maior o risco. Além disso, é preciso observar a história familiar de câncer. Se o câncer hereditário na mulher corresponde a aproximadamente 10% de todos os casos, nos homens chega a 40% dos casos”, pontua Flávia.
Hábitos
Por ser um evento raro nos homens, não há muitos fatores conhecidos que influenciam especificamente no aparecimento de câncer de mama. “Nas mulheres, fatores como a utilização de hormônios e ausência de gestação podem influenciar no aparecimento da doença”, acrescenta o Dr. Felipe.
Devido à raridade da doença, não temos fatores de causa amplamente conhecidos do câncer de mama nos homens.
No entanto, alguns hábitos podem contribuir para o surgimento da enfermidade. Entre eles estão:
- Etilismo;
- Tabagismo;
- Ausência de atividade física;
- Alimentação não saudável;
- Estresse;
- Obesidade;
- Sedentarismo.
Quimioterapia é tratamento recomendado
Prevenção e tratamento
Diferentemente das mulheres, para os homens não existe uma maneira eficaz de prevenir o câncer de mama. “Nas mulheres, além da cirurgia redutora de risco, temos medicações que diminuem o risco de aparecer a doença, que podem ser utilizadas por pacientes com risco bem aumentado, nos casos de mutação no gene BRCA”, afirma o especialista.
Para os homens, entretanto, não existem estudos onde foram utilizadas essas medicações ou realizadas as cirurgias redutoras de risco, devido à raridade da doença. O mesmo acontece com o estudo de novas drogas, que não incluem indivíduos do sexo masculino.
É muito importante que cada pessoa conheça o seu corpo, porque alterações nas mamas devem ser avaliada por um especialista.
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Por sua vez, o tratamento do câncer de mama é semelhante para os dois grupos, devido à similitude entre os tumores. São tratamentos sistêmicos, como quimioterapia e hormonioterapia, ou cirúrgicos.
“Nas fases iniciais, o tratamento começa pela cirurgia e pode ser necessário fazer, após a cirurgia, quimioterapia ou não, dependendo dos fatores de risco daquele tumor, bem como o uso de comprimidos que chamamos de hormônio terapia. E, em alguns casos, também pode estar recomendado a radioterapia. Tudo isso é individual e depende de cada tipo de tumor”, explica a doutora Flávia Paes.
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