A médica mineira, radicada nos Estados Unidos, Dr.ª Priscila Barreto Coelho Maia, acaba de receber uma significativa premiação no mais importante congresso americano de oncologia. O Young Investigator Award (YIA) é um prêmio oferecido anualmente pela fundação Conquer Cancer da Associação Americana de Oncologia Clínica (ASCO) a pesquisadores que são promissores e que são esperados por criar um impacto em pesquisa no tratamento de câncer.
Esse ano, a Dr.ª Priscila Barreto Coelho Maia, foi escolhida como um de seus eleitos com a sua pesquisa em câncer de mama com o Sylvester Comprehensive Cancer Center, centro de câncer da Universidade de Miami.
Formada pela Faseh (Faculdade da Saúde e Ecologia Humana), ela conta que sempre teve interesse pela biologia do câncer e no cuidado dos pacientes oncológicos. “Acredito que compreendi desde cedo a importância da pesquisa nesse campo da medicina, principalmente por conta da rápida evolução no mundo de hoje, em que, cada momento, temos novidades. Não há como ser um bom oncologista sem estar envolvido ou, pelo menos, ter um entendimento muito aprofundado em pesquisa científica”.
Mudança. Esse pensamento levou Priscila a se dedicar no ímpeto de conseguir a mudança para os Estados Unidos. “Aqui, diferentemente do Brasil, a pesquisa é a grande base do treinamento em oncologia, e eu queria ter esse tipo de exposição”, compara. Com esse objetivo, ela se mudou para Miami, onde trabalhou durante dois anos em um laboratório focado em câncer de mama da University of Miami.
Na sequência, visando tornar-se oncologista clínica, trabalhou durante três anos como residente em clínica médica, antes de realizar um fellowship (programa de complementação para médicos interessados em aperfeiçoar seus conhecimentos) em hematologia e oncologia clínica. No último ano do fellowship, tornou-se chefe do seu programa.
Diversidade. O foco da pesquisa de Priscila que a levou a ser premiada foram as disparidades existentes entre certos tratamentos para câncer de mama em mulheres latinas e negras, “muitas vezes excluídas de uma série de pesquisas clínicas que estabelecem os tratamentos”, avalia a médica. “Eu acho que a palavra-chave aqui é diversidade. Muitos estudos clínicos que utilizamos para tratamento envolvem pacientes dos Estados Unidos e da Europa, que podem não estar refletindo de forma real a nossa população brasileira, que é tão diversa”, observa.
“Ao termos brasileiras envolvidas na pesquisa, podemos ter respostas a questões específicas da nossa população que não seriam respondidas de outra forma. Somente através da pesquisa podemos avançar no campo da oncologia com o objetivo de termos tratamentos mais eficazes, com menos efeitos colaterais e a esperança, sempre, de acabarmos com o câncer”, arremata.