Procon aplica multa milionária em operadora telefônica por falhas no atendimento

A Vivo foi multada por descumprir normas que regulamentam o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC)

A condenação foi aplicada em processo administrativo instaurado pelo Procon-MPMG

O Procon, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), aplicou uma multa de aproximadamente R$ 4,7 milhões na operadora Vivo por descumprimento de decreto que regulamenta o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

Segundo a fiscalização, que resultou em processo administrativo instaurado pelo Procon, os consumidores:

  • enfrentaram dificuldades de acesso ao SAC por telefone fixo;
  • esperaram mais de 60 segundos para receberem atendimento em casos de reclamação e cancelamento;
  • foram transferidos de forma indevida entre setores;
  • mesmo após a resolução das demandas, a empresa se recusou a enviar comprovação por meio eletrônico quando solicitada pelo consumidor ou pelo órgão fiscalizador.

O MPMG informou, ainda, que a decisão se sustentou em dados letados no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec/MG), na plataforma consumidor.gov.br e no site Reclame Aqui, que apontaram um grande volume de reclamações referentes ao serviço prestado pela operadora.

Em um dos relatos colhidos pelo Procon, um consumidor alegou ter ficado 40 minutos aguardando atendimento para contestar uma cobrança indevida em sua fatura, e, após finalmente ser atendido, acabou tendo a ligação encerrada sem solução.

Outro cliente afirmou ter esperado por três horas e, mesmo assim, não ter sido atendido.

A Vivo, por sua vez, alegou nulidade do processo, afirmando que os agentes deveriam ter informado, no início da ligação, que se tratava de fiscalização. A contestação foi rebatida pelo Procon, que apontou que a identificação prévia comprometeria a constatação das irregularidades, já que poderia alterar o atendimento prestado.

Segundo o MPMG, o Procon consultou a Vivo sobre a ossibilidade de firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), porém, a proposta não foi aceita. A operadora ainda pode recorrer da decisão.

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Apenas 12,8% dos consumidores buscam órgãos de defesa

Uma pesquisa realizada pelo MPMG e executada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que apenas 12,8% dos consumidores que enfrentam problemas buscam os órgãos oficiais de defesa.

Para o Ministério Público, isso indica que a quantidade de reclamações presentes nos autos corresponde apenas a uma pequena parte da conduta irregular.

“É evidente que a atividade irrealizada pela representada é corriqueira e disseminada contra muitos consumidores, que são submetidos à má prestação do SAC”, afirmou o promotor de Justiça de Belo Horizonte, Glauber Tatagiba.

A Itatiaia solicitou posicionamento à Vivo e aguarda retorno.

Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.

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