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Primeiro gel anticoncepcional masculino apresenta 99% de eficácia em estudo

O método é comprado com o DIU feminino, por ser longevo e reversível para quem não quer abandonar a fertilidade

A contagem de espermatozoides caiu entre 99% e 100%, após testes na Austrália

O ADAM, primeiro gel anticoncepcional masculino do mundo, demonstrou uma eficácia de 99% em testes clínicos iniciais, revelaram os pesquisadores da empresa de biotecnologia Contraline, dos Estados Unidos.

O produto representa um avanço na busca por opções de contraceptivos masculinos, oferecendo uma alternativa que combina eficácia e a possibilidade de reversão, proporcionando aos homens maior controle sobre sua fertilidade.

O líder da pesquisa, Kevin Eisenfrats, comparou o gel ao popular Dispositivo Intrauterino (DIU) feminino.

Desenvolvido para bloquear a saída de espermatozóides nas ejaculações, o produto é um hidrogel inovador que não contém substâncias hormonais.

A previsão otimista é de que o produto possa estar disponível para venda até 2027, após a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos.

Testes clínicos

O estudo clínico envolveu 23 homens na Austrália, que receberam a injeção do contraceptivo no canal deferente, o tubo que transporta os espermatozóides do testículo para fora do corpo.

O procedimento é semelhante à vasectomia, no entanto, reversível para quem não quer abrir mão da fertilidade em definitivo.

A aplicação do gel, realizada sob anestesia local, durou aproximadamente 15 minutos, e os participantes continuaram a ter ejaculações normais.

Após um mês do procedimento, a contagem de espermatozoides dos participantes caiu de 99 a 100%, evidenciando a eficácia do método. Não foram relatados eventos adversos nas semanas seguintes.

No entanto, cientistas que não participaram do experimento temem que os espermatozoides possam encontrar uma maneira de contornar o bloqueio e causar uma gravidez não planejada.

Reversibilidade

Novos ensaios clínicos estão planejados para avaliar se o método pode ser revertido e se a fertilidade dos homens retorna aos níveis normais após a remoção do gel.

Essa abordagem não foi testada no primeiro experimento clínico.

Kevin Eisenfrats enfatizou a importância da reversibilidade como uma “proposta de valor realmente fundamental” para a pesquisa.

“Os homens querem saber se podem removê-lo a qualquer momento, se a sua fertilidade voltará aos níveis normais e se o procedimento de reversão é fácil”, disse em comunicado.

Ele espera a aprovação da FDA ainda este ano como um “novo medicamento experimental”, possibilitando o avanço dos testes e a disponibilização ao público até 2027.

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