Vereadores da Comissão de Saúde, da
Uma audiência pública solicitada pelo vereador Dr. Bruno Pedralva (PT) tratou do assunto. Representantes de trabalhadores e usuários do SUS confirmaram o ‘burburinho’ na audiência, porém, representantes da guarda e da Secretaria de Saúde não confirmaram – nem negaram – a possibilidade. Contudo, afirmaram haver intenções de ampliar e melhorar o atendimento em segurança pública. Não houve representantes da Secretaria de Segurança e Prevenção, exceto pela participação de membros da guarda, que representaram as corporações de forma institucional.
Atualmente, em Belo Horizonte, existem 320 guardas fixos em unidades de saúde, e segundo a Guarda Municipal, todos os centros são atendidos. Em 2025, mais de 23 mil viaturas estiveram unidades de saúde e 243 ocorrências já foram registradas, sendo que a maioria delas envolve furtos ou extravio de materiais.
Bruno Pedralva afirmou que recebe questionamentos deste tipo, e afirma que a possível retirada de guardas é um retrocesso. “A informação que temos é que a prefeitura estuda a possibilidade de retirada da Guarda Municipal do Centro de Saúde das UPAs. Eu sou, estou vereador, mas eu sou trabalhador, sou médico do SUS e junto com as pessoas que estiveram na audiência a gente reforça que é impossível a gente retroceder nesse aspecto. Não dá para não ter um agente de segurança fixo nas unidades de saúde de Belo Horizonte porque eles precisam intervir na hora, imediatamente, quando ocorre uma agressão, quando ocorre uma confusão ", disse.
O vereador afirmou ainda que um dos encaminhamentos da comissão é solicitar uma reunião com o prefeito para tirar a limpo esta história. “Com todos os vereadores presentes, independente de orientação partidária, nós vamos pedir uma reunião com o nosso prefeito, Álvaro Damião, para conversar com ele e colocar essa posição, que é unânime de todos os trabalhadores, usuários e gestores do SUS”, finalizou.
Idas e vindas dos guardas
Representantes da categoria de saúde relembraram na audiência que o declínio da segurança nas unidades de saúde é um problema há vários anos. Entre 2009 e 2017, a prefeitura tentou reforçar a presença de guardas nos centros de saúde, mas teria retirado os porteiros. Entre 2017 e 2022, os guardas deixaram as unidades para estarem mais presentes nas vias públicas e no transporte público, após remanejamento da prefeitura. Apenas na gestão do ex-prefeito Fuad Noman, que durou de 2022 até o início deste ano, os guardas retornaram às unidades por causa da escalada de casos de agressões físicas e verbais aos profissionais da saúde durante a pandemia.
Em 10 anos, violência contra médicos aumento 68% no Brasil
Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgados na última segunda-feira (14) mostram que de 2013 até 2024, o número de ocorrências de violência contra médicos no Brasil cresceu 68%. A conta é baseada em boletins da Polícia Civil.
Em 2024, houve recorde de casos, com 4.562 ocorrências. Com isso, por dia, pelo menos 12 médicos e médicas sofreram algum tipo de violência no país.
Minas Gerais aparece em terceiro lugar no ranking de violência contra médicos, tendo registrado 460 ocorrências no ano passado, 15% delas só na capital.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte não se manifestou sobre as denúncias feitas na audiência pública.