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STF entra na fase final para julgar réus do ‘núcleo 1’ do plano de golpe

Com alegações finais entregues pelos réus, julgamento de Bolsonaro por suposto plano golpista deve ocorrer em setembro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será julgado no STF por tentativa de golpe de Estado

Com a entrega das alegações finais pelas defesas dos oito acusados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o processo do “núcleo 1” da trama golpista entra na fase final no Supremo Tribunal Federal (STF). Os documentos reuniram argumentos das defesas e análises das provas, enquanto a Procuradoria-Geral da República e o tenente-coronel Mauro Cid, delator premiado, já haviam se manifestado.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, vai consolidar todo o processo em um relatório final, que será lido na sessão de julgamento da Primeira Turma, presidida pelo ministro Cristiano Zanin. Na sequência, acusação e defesa terão até uma hora para sustentações orais, antes da votação dos ministros. Três votos definem condenação ou absolvição, e cada magistrado pode pedir vista para análise mais detalhada, o que suspenderia temporariamente o julgamento.

A expectativa é que o caso seja incluído na pauta até setembro. A decisão do STF terá penas individualizadas para cada réu e ainda poderá ser contestada dentro da própria Corte por meio de embargos de declaração.

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O que disseram as defesas

Todos os réus negam participação no plano e pedem absolvição.

  • Jair Bolsonaro – solicitou a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, alegou cerceamento de defesa e pediu afastamento de agravantes em caso de condenação. Disse ter determinado a transição de governo.
  • Walter Braga Netto – preso desde 2024, pediu que o caso vá para a primeira instância e que Moraes seja declarado suspeito.
  • Anderson Torres – afirmou que não há previsão legal para “autogolpe” e negou ligação com o 8 de janeiro.
  • Augusto Heleno – requereu absolvição ou, alternativamente, pena menor.
  • Paulo Sérgio Nogueira – disse que classificou o plano como “doideira” em conversa com Bolsonaro.
  • Alexandre Ramagem – afirmou que deixou o governo antes dos fatos narrados e não foi citado em 2022.
  • Almir Garnier – negou envolvimento e disse que não há nexo causal nem provas contra ele.

A Procuradoria-Geral da República pede a condenação de todos, incluindo o delator Mauro Cid, cuja defesa também pediu absolvição e acusou o Ministério Público de “deslealdade processual”.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio