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“Acredito que nós estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional. Estou convencido que algumas incompreensões de hoje irão se transformar em reconhecimento futuro. E desejo, muito sinceramente, que estejamos virando uma página da vida brasileira”, declarou.
O ministro ponderou que acredita que, a partir do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, que possamos “pacificar o país” e trabalharmos por uma “agenda comum, verdadeiramente patriótica”.
“Com as divergências naturais da democracia, mas sem intolerância, extremismo ou incivilidade. Que possamos iniciar uma era de boa-fé, boa vontade, justiça e prosperidade para todos”, destacou.
Barroso frisou que se tratou de um julgamento público, transparente e com o devido processo legal, “baseado em provas das mais diversas”, lembrando que “as compreensões contrárias fazem parte da vida, mas só o desconhecimento profundo dos fatos ou uma motivação descolada da realidade encontrará neste julgamento algum tipo de perseguição política”.
“A vida, no entanto, é plural, assim como também é este Tribunal. Por essa razão, não quero deixar de manifestar respeito e compreensão pela posição divergente. Pensamento único só existe nas ditaduras”, ponderou.
“Na vida democrática, antes da ideologia, antes das escolhas legítimas e das diferentes visões de mundo, tem de existir o compromisso com as regras do jogo, com as instituições e com respeito aos resultados eleitorais. Esta é a mensagem mais importante deste julgamento”, acrescentou.
Por fim, o decano pontuou que o Tribunal cumpriu a “missão importante e histórica de julgar, com base em evidências às quais todos têm acesso, importantes autoridades civis e militares pela tentativa de golpe de Estado”.
“Ninguém sai hoje daqui feliz. Mas a gente deve cumprir com coragem e serenidade as missões que a vida nos dá”, concluiu.