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Presidente do STF, Barroso afirma que julgamento de Bolsonaro deve representar ‘página virada’

Foram condenados no Tribunal o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus, com penas que ultrapassam os 20 anos de detenção em regime fechado

Presidente do STF, Luís Roberto Barroso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou, no final do julgamento da trama golpista na Primeira Turma da Corte, na noite desta quinta-feira (11), que deseja que “estejamos virando uma página da vida brasileira”. Foram condenados no Tribunal o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus, com penas que ultrapassam os 20 anos de detenção em regime fechado.

“Acredito que nós estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional. Estou convencido que algumas incompreensões de hoje irão se transformar em reconhecimento futuro. E desejo, muito sinceramente, que estejamos virando uma página da vida brasileira”, declarou.

O ministro ponderou que acredita que, a partir do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, que possamos “pacificar o país” e trabalharmos por uma “agenda comum, verdadeiramente patriótica”.

“Com as divergências naturais da democracia, mas sem intolerância, extremismo ou incivilidade. Que possamos iniciar uma era de boa-fé, boa vontade, justiça e prosperidade para todos”, destacou.

Barroso frisou que se tratou de um julgamento público, transparente e com o devido processo legal, “baseado em provas das mais diversas”, lembrando que “as compreensões contrárias fazem parte da vida, mas só o desconhecimento profundo dos fatos ou uma motivação descolada da realidade encontrará neste julgamento algum tipo de perseguição política”.

“A vida, no entanto, é plural, assim como também é este Tribunal. Por essa razão, não quero deixar de manifestar respeito e compreensão pela posição divergente. Pensamento único só existe nas ditaduras”, ponderou.

“Na vida democrática, antes da ideologia, antes das escolhas legítimas e das diferentes visões de mundo, tem de existir o compromisso com as regras do jogo, com as instituições e com respeito aos resultados eleitorais. Esta é a mensagem mais importante deste julgamento”, acrescentou.

Por fim, o decano pontuou que o Tribunal cumpriu a “missão importante e histórica de julgar, com base em evidências às quais todos têm acesso, importantes autoridades civis e militares pela tentativa de golpe de Estado”.

“Ninguém sai hoje daqui feliz. Mas a gente deve cumprir com coragem e serenidade as missões que a vida nos dá”, concluiu.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio