A Medida Provisória que complementa o decreto do IOF deve ser assinada ainda nesta quarta-feira (11) pelo presidente Lula (PT). A informação foi repassada pelo deputado federal e presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Rogério Correia (PT), em entrevista à CNN.
Segundo o deputado, a medida visa taxar os setores da população que têm maior poder aquisitivo. “Precisamos cortar de alguém. Sabe qual é a média de contribuição de impostos dos mais ricos do Brasil? 2,5%. Não é possível que não podemos mexer com eles, que precisa dar essa gritaria dos deputados”, afirmou.
“Eles querem cortar Fundeb? Salário mínimo? Dinheiro dos garis? Não vamos permitir. O Bolsonaro perdeu a eleição exatamente porque representava os mais ricos”, disse o deputado.
Resistência à proposta
Muitos deputados são contra a ideia, principalmente
Rogério afirmou que a reação se deve à uma interpretação equivocada da MP. “Em relação ao agronegócio, não está sendo taxado o produtor. É o investimento que está sendo taxado, não o produto dele. Portanto isso não vai refletir no consumo, mas no lucro que essas pessoas têm. Não vai taxar os produtos. Não tem motivo para dizer que a carne vai aumentar, o arroz, porque o que está sendo taxado é o lucro que eles têm”.
Outra proposta é mudar a forma como as empresas pagam seus acionistas, aumentando a taxação sobre o Juros sobre Capital Próprio (JCP). Mas essa ideia ainda não ganhou destaque entre os deputados.
Hugo Motta criticou MP
O presidente da Câmara dos Deputados,
“Não estou à frente da presidência da Câmara para servir a projeto político de ninguém. A responsabilidade que temos nesse cargo é garantirmos ao país a condição de prosperar”, afirmou.
Confusão em audiência
Nesta quarta-feira (11),
Nikolas chamou o governo Lula de “incompetente” e acusou a gestão de estar desconectada da realidade dos mais pobres, criticando a ausência de medidas de corte de gastos e o aumento da carga tributária. Carlos Jordi (PL-RJ) endossou as críticas, citando o crescimento dos impostos desde 2023 e questionando o uso do IOF com fins arrecadatórios. Ambos os deputados exaltaram o desempenho fiscal do governo Bolsonaro, alegando que a atual crise decorre de erros da gestão petista.
Fernando Haddad reagiu às acusações, especialmente ao fato de que Nikolas e Jordi deixaram a sessão logo após falarem.
Haddad também rebateu as críticas ao déficit fiscal, dizendo que o governo atual teve que cobrir “barbeiragens” da gestão anterior, como o calote no ICMS prometido aos governadores e a venda da Eletrobras. Ele ainda afirmou que o crescimento das contas públicas foi usado de forma eleitoreira em 2022.
Após as falas de Haddad, Carlos Jordi retornou à sessão para retrucar, chamando o ministro de “moleque” e exigindo respeito ao Parlamento. Nikolas também reagiu nas redes sociais, dizendo que Haddad o chamou de “fujão” e que não teve direito de resposta.