O advogado criminalista Marcelo Cordeiro, responsável pela defesa do coronel Fabrício de Bastos, questionou o tenente-coronel Mauro Cid nesta segunda-feira (14), durante audiência no Supremo Tribunal Federal que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O advogado perguntou a Cid se ele tem conhecimento de que, após a divulgação de uma carta assinada por oficiais, foi instaurada uma sindicância para apurar e possivelmente punir os militares envolvidos. Cid respondeu que sim, soube da sindicância, mas afirmou não saber se o coronel Bastos estava entre os signatários do documento.
Cordeiro também abordou o encontro informal ocorrido em dezembro de 2022, no Quartel-General do Exército, citado por Cid como uma reunião entre “amigos”. Perguntado se o coronel Fabrício de Bastos teria tratado de temas relacionados a golpe de Estado durante esse encontro, Cid negou: “Não houve conversa com esse teor com o coronel Bastos.”
Outro ponto levantado pela defesa foi o conteúdo de mensagens trocadas por aplicativos como o WhatsApp, que integram os autos do processo. O advogado perguntou por que tais mensagens não foram apagadas dos celulares dos envolvidos, e Cid afirmou que algumas mensagens eram deletadas, outras não, mas que ele não sabe por que permaneceram no aparelho de outras pessoas. Sobre seu próprio celular, Cid declarou: “Eu não apaguei as mensagens simplesmente porque não apaguei, não houve um motivo específico.”
Por fim, o advogado questionou se Mauro Cid tem conhecimento de alguma ligação do coronel Fabrício de Bastos com organização criminosa. O depoente foi direto: “Desconheço qualquer envolvimento do coronel com organização criminosa.”