O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) fez um apelo direto e contundente à Câmara nesta segunda-feira (21): é hora de cortar o salário de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar, que passou os últimos 120 dias licenciado nos Estados Unidos, teve o prazo de afastamento encerrado no domingo (20) e não retornou ao país nem comunicou qualquer justificativa à Presidência da Câmara.
Segundo Lindbergh, a permanência silenciosa de Eduardo no exterior, agora fora do período de licença, representa uma violação direta ao artigo 228 do Regimento Interno da Casa, que exige comunicação formal e prévia para qualquer afastamento do território nacional.
Mas o alerta do petista vai além da burocracia. Para ele, Eduardo não só ignorou as regras da instituição que representa, como também segue utilizando, de forma indevida, o prestígio do mandato para atacar o Brasil a partir do exterior. Mesmo sem exercer oficialmente o cargo, o deputado continua se apresentando como representante do povo brasileiro para desferir críticas às instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF), e ao governo.
“A partir de agora, as ausências passam a ser computadas. E se ele não está trabalhando, não pode continuar recebendo dinheiro público”, afirmou Lindbergh.
A cobrança acontece em meio ao recesso parlamentar informal, que vai até 4 de agosto, mas a ausência não justificada já tem consequências. O caso expõe o risco de uso político de uma licença parlamentar para fins contrários ao interesse nacional, colocando a Câmara diante de uma escolha crucial: vai se omitir ou agir em defesa do respeito à democracia e ao dinheiro do contribuinte?