O governador Romeu Zema (Novo) negou ter defendido que moradores em situação de rua devem ser guinchados como carros abandonados nas vias. Em entrevista ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (25), o governador afirmou que “pessoas não se guincham”, mas afirmou que é preciso de uma postura mais rígida do poder público para resolver o problema dos grandes centros urbanos do país.
Na semana passada, Zema recebeu muitas críticas ao comparar a situação dos moradores de rua com a de carros durante entrevista para a BBC. “Se alguém deixa o carro estacionado num lugar proibido, o carro não é guinchado? Agora vai ficar alguém na porta de um comerciante que paga imposto, que gera emprego, fazendo sujeira, atrapalhando, ameaçando o cliente. Ninguém pode fazer nada”, afirmou Zema à BBC.
Nesta segunda-feira (25), no entanto, Zema afirmou que defende uma solução para os moradores de rua. “Eu falei que nós precisamos encontrar uma solução para essas pessoas. Pessoas você não guincha. O governo federal fechou o olho. Eu tenho 60 anos, isso não existia no Brasil, estamos criando verdadeiros chiqueiros humanos nas grandes cidades por omissão do poder público, que esqueceu dessas pessoas”, disse Zema ao ser questionado sobre a declaração anterior.
“Eu sou gestor chão de fábrica, fui minha vida toda, abri loja em 470 cidades, dirigi 2 milhões de quilômetros em mais de 30 anos e continuo rodando todo o estado. Converso com todos os prefeitos, vereadores, assistentes sociais das cidades. Algumas estão conseguindo lidar bem com esse problema, outras nem tanto. A grande maioria dessas pessoas são dependentes químicas, vivendo em condições deploráveis. Convidá-las para ir para uma comunidade terapêutica, apenas uma minoria aceita. Vai ter regras, horário para entrar, horário para dormir”, explicou.
Dor de cabeça para prefeituras
“Existem hoje prefeituras com estrutura para atender esse público, e alguns se negam a ir. Temos que ter algo para essas pessoas irem. Agora, o pessoal dos direitos humanos deveriam fazer uma placa na porta da casa deles e pedir que eles acampassem ali. Porque onde eles chegam, nenhum comércio consegue sobreviver”, finalizou Zema.
Questionado sobre quais medidas pretende implementar para garantir que os moradores de rua passem a usar estruturas como abrigos públicos, Zema não detalhou quais iniciativas pretende adotar. O governador citou ações implementadas pelo governo de Minas durante a pandemia da Covid 19 e afirmou que o estado tem repassado verbas para a prefeitura adotar ações de assistência social.