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Grupo Parlamentar critica posicionamento de Lula em relação ao conflito entre Irã e Israel

O presidente do grupo, Carlos Viana, acredita que, se a relação entre Brasil e Israel fosse melhor, a retirada de brasileiros ‘presos’ em território israelense seria mais “fácil”

Grupo Parlamentar Brasil-Israel.

O senador Carlos Viana (Podemos), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, criticou duramente a relação entre o governo brasileiro e o governo de Israel. Para Viana, a postura do presidente Lula (PT) sobre os conflitos na Faixa de Gaza, acabaram dificultando, por exemplo, a negociação para que prefeitos brasileiros saíssem do território israelense.

“Esse posicionamento do Brasil de não ter um embaixador [em Israel], de não querer receber um novo embaixador israelense, com toda tranquilidade, tem prejudicado e muito”, afirmou para a Itatiaia.

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Segundo o parlamentar, cerca de 190 pessoas, incluindo brasileiros que moram em Israel e que estão no país para turismo, estão buscando a ajuda do governo brasileiro. “O presidente Lula ao invés de atacar Israel, deveria usar da isenção e do equilíbrio da diplomacia brasileira para solucionar o problema”, disse.

Ele chegou a sugerir que o Brasil poderia participar mais ativamente do conflito entre Israel e Hamas, pedindo, por exemplo, ao grupo terrorista que “entregasse os reféns” e os “corpos” das vítimas. “Seria interessante que o presidente Lula usasse essa proximidade com os palestinos de Gaza e da Cisjordânia para pedir o fim do conflito e pedir ajuda do governo de Israel”, explicou.

Ainda não há uma data para turistas brasileiros

Embora a volta das autoridades brasileiras que estão em Israel a convite do governo israelense seja uma certeza, ainda não há previsão de retorno para turistas brasileiros.

De acordo com Viana, a segurança e retorno dos turistas cabe ao governo federal. “O deslocamento até o Egito é de muito risco. Há grupos armados e milícias islâmicas que atacam às vezes grupos de turismo”, disse.

O senador afirmou que, por enquanto, o mais seguro é que os brasileiros que estão em Israel permaneçam nas hospedagens e indo para os abrigos — bunkers — quando necessário. “Aguardem mais alguns dias até que a gente entenda se o conflito vai continuar ou vai diminuir”, concluiu.

Prefeitos retornam ao Brasil

Após quatro dias “presos” em Israel, impedidos de retornar ao Brasil, um comboio com doze políticos brasileiros, incluindo o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), saiu de Tel Aviv para a fronteira com a Jordânia nesta segunda-feira.

A previsão de que parte dos prefeitos deveria deixar o território israelense foi confirmada por Viana à Itatiaia no último domingo (15).

O grupo, a convite do governo israelense, participava de uma feira de tecnologia quando o conflito entre Irã e Israel teve início na última sexta-feira (13).

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.