A quatro dias da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo federal ainda não apresentou medidas concretas para enfrentar os possíveis impactos econômicos. Nesta segunda-feira (28), o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, reafirmou a aposta no diálogo como caminho para uma solução, mas não anunciou nenhuma nova ação.
Alckmin adotou o mesmo tom de otimismo que vem mantendo desde o início das negociações. Em conversa com jornalistas, voltou a repetir a importância do diálogo e desconversou ao ser questionado sobre uma possível articulação com o presidente Lula para que ele conversasse diretamente com Donald Trump, presidente dos EUA.
“Eu não conversei com o presidente Lula sobre isso, mas Lula é homem do diálogo. Sempre defendeu o diálogo, que é o que nós fazemos permanentemente”, afirmou.
Sobre o plano de contingência prometido para minimizar os efeitos da tarifa, Alckmin disse apenas que ele ainda está em elaboração. Não há, até agora, previsão de anúncio oficial. “Todo empenho agora é para a gente buscar resolver o problema. Quando houver algo para anunciar, vocês serão os primeiros a saber”, declarou.
Nos bastidores, integrantes do governo confirmam que tentativas de negociação com autoridades americanas continuam, mas os detalhes seguem sob sigilo. Fontes do Planalto admitem que ainda não há uma resposta estruturada do Brasil, mesmo diante da proximidade do prazo.
Desde o anúncio das tarifas, há quase um mês, o vice-presidente tem se reunido com representantes do setor produtivo, ouvindo preocupações e reiterando o compromisso com uma solução negociada. No entanto, até agora, o governo não formalizou nenhuma proposta para evitar ou compensar os impactos da medida.