Uma parte do setor produtivo brasileiro está pressionando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para estender o prazo de pagamento do Adiantamento sobre Contrato de Câmbio, o ACC, junto aos bancos. Atualmente, esse prazo é de 750 dias, mas o pedido é para que ele seja ampliado para até 1.500 dias.
O ACC é uma operação em que a instituição financeira antecipa ao exportador o valor parcial ou total de um contrato de câmbio em reais, antes mesmo do embarque da mercadoria ou da prestação do serviço. Esse crédito facilita o fluxo de caixa do exportador.
O pedido chega poucos dias antes de entrarem em vigor as tarifas impostas pelos Estados Unidos, a partir de 1º de agosto. O governo norte-americano, sob o comando do então presidente Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, além de medidas específicas para outros países, cada um com percentuais diferentes.
Em 9 de julho, Trump enviou uma carta ao presidente Lula comunicando a decisão e justificando o aumento da tarifa como resposta ao tratamento dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Trump declarou respeitar “profundamente”.
Nesta segunda-feira (28), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, avaliou que o plano de contingência do Brasil para enfrentar a taxação americana é “bastante complexo” e “bem estruturado”. Ele destacou, contudo, que o governo trabalha intensamente para resolver a questão antes da entrada em vigor da tarifa, apesar do pouco tempo disponível.