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Em reação a tarifaço de Trump, PT lança campanha ‘Defenda o Brasil’ nas redes sociais

O presidente Lula (PT), na quinta-feira (10), disse que as medidas de Donald Trump representam um “desaforo inaceitável“ para a soberania brasileira

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou, nesta sexta-feira (11), a campanha “Defenda o Brasil”, em resposta às tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre todos os produtos brasileiros a partir de agosto.

No primeiro vídeo da campanha, divulgado nas redes sociais da legenda, o PT afirma que “roubaram” a bandeira e “mentiram com ela no peito”, com imagens que mostram eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usando um boné escrito “Make America Great Again”, slogan de Trump. “Usaram nossa bandeira como fantasia para esconder traição, mentira, submissão. Essa bandeira não é adereço nem figurino de traidor”, diz o vídeo.

‘Desaforo inaceitável’

Em entrevista à TV Globo, na quinta-feira (10), o presidente Lula (PT) classificou a carta de Donald Trump como um “desaforo inaceitável” à soberania brasileira.

Na quarta-feira (9), o presidente dos EUA anunciou que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. As medidas, que devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto, seriam uma resposta ao processo no qual Bolsonaro e aliados são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

No texto, o republicano acusa, sem apresentar provas, o sistema judiciário brasileiro de promover uma “caça às bruxas” para impedir “eleições livres”.

O “tarifaço” anunciado por Trump repercutiu na imprensa internacional e também entre os Poderes no Brasil.

Ao Jornal Nacional, Lula afirmou que não aceitará interferência estrangeira em processos conduzidos pela Justiça brasileira. O presidente destacou que a ação contra Bolsonaro deve seguir o trâmite legal e defendeu que o ex-presidente tenha o direito de se defender das acusações. “Se ele [Bolsonaro] tiver razão, será absolvido. Se não tiver, será condenado e, se condenado, vai ser preso. É assim que funciona no Brasil, e assim espero que funcione nos Estados Unidos também”, disse.

O petista reforçou que as leis devem ser aplicadas com isonomia, relembrando o episódio de 6 de janeiro, quando apoiadores de Donald Trump, que havia perdido a reeleição para o ex-presidente Joe Biden, invadiram o Capitólio. “Se tivesse um Capitólio aqui e Bolsonaro tivesse feito o que Trump fez lá, ele também estaria sendo julgado. A lei é para todos. Doa a quem doer.”

Em janeiro, mês em que reassumiu o comando da Casa Branca, Trump perdoou, por meio de um decreto, cerca de 1.500 pessoas que participaram da invasão ao Capitólio em 2021.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.