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Deputados do Novo questionam Haddad se bancos públicos estão cumprindo Lei Magnitsky

Bancada do Partido Novo quer explicações de ministro da Fazenda se Banco do Brasil e Caixa Econômica vão adotar medidas previstas na Lei Magnitsky

Marcel Van Hattem participou de ato ao lado de Bolsonaro, em Copacabana, neste domingo (21)

Os deputados federais do Partido Novo querem que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se manifeste se os bancos públicos brasileiros - Caixa e Banco do Brasil - estão cumprindo as sanções previstas na Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido de informação foi protocolado pela bancada do Novo na Câmara dos Deputados na quarta-feira (20).

O deputado Marcel Van Hattem afirmou que, caso os bancos públicos não sigam as restrições determinadas pela Lei Magnitsky, eles podem sofrer punições e prejudicar a economia brasileira como um todo.

“Estamos falando de sanções internacionais com efeitos extraterritoriais. Bancos que optem por ignorá-las, ainda que sediados no Brasil, correm o risco de perder acesso ao sistema financeiro global, inclusive ao dólar, o que teria consequências graves não só para as instituições, mas para toda a economia do país”, disse Van Hattem.

“O Banco do Brasil e a Caixa são instrumentos de política pública. Se houver falhas de governança, quem paga a conta é o pagador de impostos brasileiro”, diz o pedido apresentado pelo Novo.

Punições no Brasil

Na terça-feira (19), em entrevista à Reuters, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que bancos que atuam no Brasil podem ser punidos caso apliquem internamente as sanções impostas pelos Estados Unidos.

As sanções aplicadas pelo governo norte-americano contra Moraes colocaram instituições financeiras brasileiras em um impasse: de um lado, a necessidade de preservar seus negócios no exterior seguindo as imposições dos EUA; de outro, a obrigação de cumprir a legislação nacional e as decisões do STF.

Na segunda-feira (18), o ministro Flávio Dino determinou que municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana não poderão recorrer a tribunais estrangeiros para tentar obter indenizações maiores contra a mineradora Samarco. Dino não citou a Magnitsky, mas sua decisão trouxe insegurança ao setor bancário.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.