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Câmara deve votar nesta quarta projeto sobre ‘adultização’ de crianças

Tema ganhou força após o youtuber Felca publicar vídeo com acusações

O plenário da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados discute nesta quarta-feira (20) a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, em um debate chamado de “adultização” nas redes sociais.

O tema que ganhou evidência após vídeo do influenciador Felca. Depois da discussão, os deputados devem votar projeto de lei que cria regras para limitar a exposição de menores na internet.

O texto, no entanto, enfrenta resistência de parlamentares ligados a direita sob a alegação de que a proposta impõe “excesso de regulamentação” e pode comprometer a liberdade de expressão.

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O projeto

A proposta, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), tem o objetivo de promover a “proteção integral de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Para além da proteção em relação a crimes digitais”.

O projeto determina, entre outras coisas, que plataformas digitais sejam responsáveis pela remoção de conteúdos criminosos relacionados a crianças e adolescentes mesmo sem ordem judicial.

“Para atender ao princípio da proteção integral, é dever dos produtos ou serviços de tecnologia da informação direcionados ou que possam ser utilizados por crianças e adolescentes proceder à retirada de conteúdo que viola direitos de crianças e adolescentes assim que forem comunicados do caráter ofensivo da publicação, independentemente de ordem judicial”, diz o texto.

A proposta também obriga empresas com mais de 1 milhão de usuários menores de idade a apresentarem relatórios semestrais com informações sobre denúncias recebidas, medidas de moderação e ações de prevenção.

O texto ainda prevê punições para plataformas que descumprirem as obrigações, incluindo:

  • Advertência, com prazo de até 30 dias para correção;
  • Multa de até 10% do faturamento no Brasil ou, no mínimo, R$ 10 por usuário cadastrado, limitada a R$ 50 milhões por infração;
  • Suspensão temporária das atividades;
  • Proibição do exercício das atividades no país.

As sanções levarão em conta a gravidade da infração, eventual reincidência, capacidade econômica do infrator e o impacto social da plataforma.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.