O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
“No período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos, cujos resumos por tipo de lançamento constam nas tabelas a seguir”, escreveu a PF.
O documento da PF não afirma que há ilegalidades em relação à origem dos recursos, mas relata cerca de 50 comunicações de movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente e pessoas ligadas a ele, como Eduardo e sua esposa, Michelle Bolsonaro.
Das 50 comunicações, quatro são de operações suspeitas em contas de Bolsonaro e outras quatro nas contas de Eduardo. Outras 42 movimentações foram feitas em contas de terceiros. Os investigadores apontam que as movimentações “apresentam indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro e outros ilícitos, tendo os principais investigados como vinculados às referidas movimentações”.
Dentre as operações, está a transferência de R$ 2 milhões feita por Bolsonaro às contas de Eduardo para sustentá-lo nos Estados Unidos. O dinheiro faria parte do montante de R$ 19 milhões recebido em doações de apoiadores, via PIX, entre 2023 e 2024.
O Coaf registrou outra operação de R$ 2 milhões da conta de Bolsonaro para Michele Bolsonaro. De acordo com a PF, a quantia foi omitida pelo ex-presidente no depoimento prestado durante as investigações.
No caso de Eduardo, foi encontrada uma operação de câmbio de R$ 1,6 milhão para uma conta no banco Wells Fargo, nos Estados Unidos. A operação foi realizada no dia 26 de maio deste ano.
“Adicionalmente, a empresa [corretora] declarou, na mesma comunicação, que o valor teria como origem uma doação realizada por seu genitor, Jair Bolsonaro, conforme indicado em extrato bancário encaminhado à corretora”, completou o relatório.
As informações financeiras também apontam que Bolsonaro teve despesas de R$ 6,6 milhões com dois escritórios de advocacia.