Mas qual candidatura ao governo do estado a União Progressista vai apoiar em Minas Gerais? Até dezembro, o comando da federação em Minas será dividido entre Antonio Rueda e Ciro Nogueira, presidentes nacionais do União e do PP. A partir de 2026, Rueda assumirá a presidência nacional da federação, quando o comando em Minas voltará a ser debatido.
Dois fatores vão ter um peso importante na futura posição política da federação União Progressista na sucessão mineira. O primeiro: as taxas de aprovação do governo Lula. Se o governo Lula reverter as taxas de desaprovação e melhorar o seu desempenho, a tendência será de que o governador de SP, Tarcísio de Freitas, dispute a reeleição. Sem Tarcísio na disputa à presidência, a corrida tende a se pulverizar com vários governadores do campo bolsonarista: Romeu Zema, do Novo, Ronaldo Caiado, do União, e Ratinho Junior, do PSD. É um cenário que em princípio não vincula politicamente as alianças para a sucessão mineira.
O segundo fator é a candidatura do senador Rodrigo Pacheco, que hoje está no PSD. Está descartada a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro, o que põe fim às especulações de que Rodrigo Pacheco estivesse trabalhando pela sua indicação ao STF. A confirmação da candidatura de Pacheco ao governo de Minas mexe no tabuleiro mineiro.
Neste momento, União e PP estão na base do governo Zema na Assembleia, portanto estão mais próximos do vice-governador Mateus Simões (Novo). Rodrigo Pacheco está no PSD – legenda que em Minas também flerta com Mateus Simões. O senador neste momento fica no PSD, mas tem convite para filiar-se ao União e ao PSB. Se ele optar por migrar para o União, tem a promessa do comando da federação em Minas, que seria dada ao prefeito Álvaro Damião (União).
Como se vê, estão abertos dois caminhos para a federação União Progressista em Minas. É um bloco que mira resultados: a reeleição dos parlamentares na Assembleia e Câmara dos Deputados e a ampliação da influência em governos. Seja nas eleições de Minas ou seja nas eleições presidenciais, União e PP sabem que ganhando ou perdendo as disputas aos governos, os eleitos precisarão da federação para ter maioria na Assembleia e na Câmara dos Deputados. É lema que segue: “Tem governo, estou nele!”