Durante o anúncio das novas medidas no transporte público — incluindo a ampliação do serviço na madrugada e a gratuidade aos domingos e feriados — o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, questionou o financiamento da saúde pública na capital e afirmou que levará o tema diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois devem se encontrar em BH nesta sexta-feira (11),
Críticas ao financiamento da saúde
Álvaro apontou que a responsabilidade atual está desproporcionalmente concentrada no município. “Belo Horizonte, governo federal, banca 12%, governo estadual, banca 12%. Mas nenhum coloca 1% a mais”, disse, explicando que a Constituição determina que o município deve aplicar, no mínimo, 15% do orçamento em saúde.
No entanto, BH vem destinando muito mais do que isso. “O que Belo Horizonte deveria investir, 15%, Belo Horizonte investe 23%. Nós estamos estrangulados.”
O prefeito também destacou que a demanda atendida pelos serviços de saúde da capital não se limita aos moradores da capital. “Belo Horizonte não é do belorizontino. Belo Horizonte é da região metropolitana, é do interior do estado. Os hospitais que faltam no interior do estado, Belo Horizonte é que socorre”, disse.
‘BH atende o estado inteiro’
Segundo ele, a cidade acaba absorvendo pacientes vindos de várias regiões de Minas Gerais, o que aumenta a pressão sobre a rede municipal. “Eu não posso fazer diferença aqui de uma pessoa que chega de Montes Claros, de Ibirité, de qualquer outra parte do estado, com aquele que mora em Belo Horizonte. Eu tenho que tratar todo mundo”, afirmou.
Déficit anual de R$ 500 milhões
Álvaro afirmou que o município cobre um déficit elevado provocado pela insuficiência dos repasses das outras esferas. “São quase R$ 500 milhões por ano que a gente investe a mais, porque a gente não tem esse recurso do governo federal e do governo estadual”, afirmou.
Ele argumenta que tanto a União quanto o governo de Minas cumprem apenas o mínimo exigido, o que já não é suficiente para atender a realidade atual da capital. “O governo federal nos repassa os 12% que ele tem que repassar e ponto final. O governo estadual passa os 12% que tem que repassar e ponto final. Mas só essa parte não adianta mais. Belo Horizonte cresceu demais”, seguiu.