Ouvindo...

STF julga big techs e transporte de animais de suporte emocional em aviões nesta semana

Corte analisa ainda uma ação que questiona um tratado internacional para facilitar o retorno de menores retirados ilegalmente de seus países de origem

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na próxima quarta-feira (4) o julgamento, no plenário presencial, de dois recursos que questionam trechos da lei que instituiu o Marco Civil da Internet. Além disso, a Corte também deve decidir na primeira semana de junho sobre a repatriação de menores e o transporte de animais de suporte emocional em aviões.

Marco Civil

Considerado como primeiro passo para a regulação das redes sociais no país, o julgamento analisa um recurso que questiona a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. O texto só permite a responsabilização das plataformas por crimes praticados por seus usuários caso descumpram uma ordem judicial prévia e específica de exclusão de conteúdo.

Já em outro recurso, a Google questiona se a empresa que hospeda sites na internet tem o dever de fiscalizar o conteúdo publicado e de retirá-lo do ar quando considerado ofensivo, mesmo sem necessidade de intervenção do Judiciário.

Os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux já votaram para ampliar as hipóteses de responsabilização das plataformas, enquanto o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, defendeu uma medida mais equilibrada.

A análise será retomada com o voto do ministro André Mendonça, que pediu vista (mais tempo para análise) e interrompeu o julgamento em dezembro do ano passado.

Leia também

Repatriação de menores

No dia seguinte (5), o Supremo começa a debater sobre duas ações que questionam um trecho da Convenção de Haia para facilitar o retorno de crianças e adolescentes retirados ilegalmente de seus países de origem.

O PSOL quer impedir que impedir que menores residentes no exterior e que sejam trazidas ao Brasil pela mãe, sem a autorização do pai ou o contrário, não sejam obrigadas a retornar para o país estrangeiro quando houver suspeita de violência doméstica, mesmo que a criança não seja a vítima direta.

Animais em voos

A Corte também analisa na próxima quinta-feira se mantém ou derruba uma decisão provisória do ministro André Mendonça que suspendeu uma lei estadual do Rio de Janeiro que obrigava as companhias aéreas a fornecer transporte gratuito de animais de suporte emocional ou de serviço em voos de rotas nacionais com origem ou destino no estado.

Animais de suporte emocional são aqueles que auxiliam pessoas com deficiência ou transtornos mentais.

Em maio, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que as companhias aéreas não são obrigadas a transportar animais de suporte emocional na cabine do avião em voos nacionais e internacionais. O tribunal considerou que, na ausência de uma lei específica sobre o tema, as empresas podem definir os critérios de embarque desses animais, considerando seus padrões de segurança.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.