Em meio à escalada da crise política provocada pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e à paralisia de votações no Congresso, três partidos da base governista, PT, PSB e PSOL, protocolaram nesta quinta-feira (7) pedidos para a suspensão cautelar, por seis meses, dos mandatos de cinco deputados do PL. A acusação é de quebra de decoro parlamentar e tentativa de obstruir o funcionamento da Câmara.
Os alvos das representações são Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (PL-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC). Segundo as peças protocoladas na Mesa Diretora, os parlamentares participaram, entre 6 e 7 de agosto, de uma ocupação forçada da Mesa do Plenário Ulysses Guimarães, que durou cerca de 40 horas, bloqueando o andamento das sessões legislativas.
De acordo com os líderes Lindbergh Farias (PT), Pedro Campos (PSB) e Talíria Petrone (PSOL), autores das ações, subscritas por outros membros das legendas, a manifestação foi “premeditada, coordenada e executada com o intuito de obstaculizar o regular exercício do Poder Legislativo”.
As petições relatam o uso de correntes, faixas, gritos e adesivos na boca para encenar um ato contra suposta “censura”, restringindo o direito de fala de outros deputados e interrompendo a pauta da Casa. Para os partidos, a invasão representa “grave violação da separação de Poderes” e cria um “precedente perigoso” para o Estado Democrático de Direito.
A Mesa Diretora da Câmara ainda não definiu se acolherá os pedidos, que, caso aceitos, poderão levar à suspensão temporária dos cinco mandatos.
