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Prefeitos mineiros cobram apoio à PEC 66 e criticam descaso de Lula durante Marcha em Brasília

Em reunião com bancada federal, AMM mobiliza assinaturas e reforça urgência da proposta que busca aliviar rombo previdenciário das prefeituras; texto encontra resistências

Presidente da AMM, Luís Eduardo Falcão

Prefeitos mineiros que participam da 24ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, reforçaram a pressão no Congresso pela aprovação da PEC 66/2023, que permite aos municípios aplicar as mesmas regras da reforma da Previdência de 2019 aos seus regimes próprios de aposentadoria. A medida é vista como essencial para conter o déficit que ameaça a sustentabilidade de centenas de prefeituras no país.

Na noite de terça-feira (14), a Associação Mineira de Municípios (AMM) promoveu uma reunião com a bancada mineira no Senado. O encontro — considerado o maior já realizado pela entidade com parlamentares — serviu para recolher assinaturas de apoio à PEC e articular sua tramitação. Mais de 500 prefeitos participaram.

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“O que a gente está pedindo não é favor. É justiça. Hoje, o prefeito tem que escolher entre pagar aposentadoria ou manter serviços básicos funcionando. A PEC 66 é uma medida emergencial”, afirmou o presidente da AMM, Luiz Eduardo Falcão, que também é prefeito de Patos de Minas.

A PEC, de autoria do então deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) - hoje ministro de Portos e Aeroportos , já conta com apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e visa dar isonomia entre os regimes municipais e federal. Segundo a AMM, mais de 60% dos municípios mineiros com regime próprio estão no vermelho.

Pegou mal...

Durate entrevista à Itatiaia, Falcão criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a abertura oficial da Marcha, quando o petista ignorou os representantes das entidades municipalistas no palco. “Ele passou a um metro e não olhou para ninguém. Era o momento de estender a mão e ouvir quem está na ponta. Preferiu ignorar”, disse. “Os prefeitos estão cansados de promessas. Precisamos de respostas concretas.”

Apesar da tensão política, o foco da AMM é aprovar a PEC ainda neste ano. “Não dá mais para empurrar o problema. Ou a gente resolve agora ou os municípios vão colapsar”, concluiu Falcão.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio