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Gleisi indica posição do governo Lula em relação a CPMI do INSS

Segundo ela, a criação da comissão pode comprometer a investigação da Polícia Federal e atrasar o ressarcimento das vítimas

Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann

Apesar da simpatia de alguns membros da base aliada do governo em participar de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Palácio do Planalto não deve apoiar a criação comissão. O indicativo foi dado hoje pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir o assunto. Segundo ela, a criação da comissão pode comprometer a investigação da Polícia Federal e atrasar o ressarcimento das vítimas.

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Em publicação nas redes sociais, Gleisi — responsável pela articulação política do governo no Congresso — afirmou que a CPMI, “no ambiente de exploração política em que está sendo proposta”, pode prejudicar o trabalho das autoridades. “A investigação deve permanecer protegida de interferências externas e do vazamento de informações”, disse.

A ministra também alertou que a duração da comissão, estimada em seis meses, pode atrasar medidas já em curso para a devolução de valores cobrados indevidamente. “Também pode atrasar o ressarcimento das vítimas”, reforçou.

As declarações foram feitas após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula e outros ministros para tratar da crise no INSS, que envolve suspeitas de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, atribuídos a entidades associativas.

Nos bastidores, o governo teme o desgaste político causado pela repercussão do escândalo e tem insistido que o esquema teve início ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), em 2019. A Polícia Federal estima que as fraudes podem ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões ao longo de cinco anos.

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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio