Um pastor da Igreja Batista do Barreiro, em Belo Horizonte, denunciou que a saída do Bloco do Metrô estava marcada na porta de seu templo religioso, na rua Barão de Coromandel, em horário de culto. O caso aconteceu nesta terça-feira de carnaval (05) e a cerimônia precisou ser cancelada.
Em contato com a Itatiaia, o pastor Daniel Sampaio contou que descobriu a situação quando chegou à igreja para o culto. “O que me estranhou foi que, no site da Belotur, estava exatamente o endereço da igreja como ponto de concentração para a saída do Bloco do Metrô. Quando eu cheguei achei o cúmulo do absurdo porque tinha banheiros químicos e o pessoal urinando na porta da igreja. O Barreiro é tão grande, esse bloco poderia ter outro local de concentração”, disse.
O pastor ainda ressaltou que contou com a ajuda dos próprios foliões e da organização do Bloco do Metrô para retirar os banheiros. “Quando cheguei e fui conversar com o pessoal do bloco eles falaram ‘a gente tira, realmente está errado’. Houve até um bom senso deles de tirar e colocar do outro lado da rua. Até os foliões, todos falaram que era desnecessário. Não fui desrespeitoso com ninguém e todos foram bem colaborativos”.
Nas redes sociais do perfil “Barreiro Memes” no Instagram, o bloco esclareceu que a escolha do local de concentração do bloco na porta da igreja partiu da prefeitura, e que eles mesmos se ofereceram para ajudar a mudar os banheiros do lugar.
“A prefeitura colocou os banheiros na frente da igreja e nossos integrantes, gentilmente, tiraram e levaram para o outro lado para não incomodar. Nosso bloco se concentra nessa rua há anos. Não fazemos nenhum tipo de afronta, só acreditamos que a rua é de todos, com respeito e consciência”.
O que diz a prefeitura?
O prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), comentou a polêmica em entrevista ao programa “Chamada Geral”, na Itatiaia, disse que o pastor tem razão em sua queixa e que a PBH irá atuar para que no próximo ano a questão seja evitada.
“Tive uma conversa com o pastor Daniel e, com razão, ele falou: ‘Poxa, Álvaro, marcaram de sair um bloco desse tamanho da porta da igreja, esqueceram que eu tenho meu culto’ Eu falei: “O senhor está completamente cheio de razão. No próximo ano eu prometo pro senhor, não vai sair daqui, o bloco vai sair de um outro quarteirão mais para a frente’. Eu não consigo tirar o bloco de rua do Carnaval, mas pode ter certeza que a gente não vai deixar o bloco fazer isso”, afirmou.
Ainda segundo Damião, o caso serviu como aprendizado para as próximas edições da folia em BH. “São coisas pequenas que a gente vai adaptando para o próximo ano”.