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Lula diz que sabotagem a OMS pode ter ‘consequências sérias’ em recado a Trump

Presidente dos EUA cortou os laços com a agência de saúde pública das Nações Unidas logo em seu primeiro dia no cargo, em janeiro

Lula defende fortalecimento da OMS para prevenir o mundo de pandemias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas aos países que estariam ‘sabotando’ a Organização Mundial da Saúde (OMS). A fala ocorreu durante o discurso do presidente na reunião dos sherpas do BRICS, que ocorre nesta quarta-feira (26), em Brasília.

Em um discurso que antecede a Cúpula de Líderes, marcada para 6 e 7 de julho, Lula destacou que as recentes pandemias, como a Covid-19 e a de MPOX, evidenciam a necessidade urgente de um tratado internacional de saúde pública.

“A ausência de acordo em torno do Tratado sobre Pandemias, mesmo após a COVID-19 e a pandemia de MPOX, atesta a falta de coesão da comunidade internacional diante de graves ameaças. Sabotar os trabalhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um erro com sérias consequências”, disse o presidente.

A fala foi uma crítica direta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cortou os laços dos EUA com a agência de saúde pública das Nações Unidas logo em seu primeiro dia no cargo, em janeiro.

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Lula ainda defendeu um consenso sobre o Tratado das Pandemias - discussão que envolve 194 países que compõem a (OMS) e que propõe um acordo para que o mundo esteja mais preparado para responder e controlar futuras pandemias

“Fortalecer a arquitetura global de saúde, com a OMS em seu centro, é fundamental para garantir o justo e equitativo acesso a medicamentos e vacinas”, afirmou o presidente.

Além da questão sanitária, Lula também deu outro recado aos EUA, condenando países que operam segundo a “lei do mais forte”.

“Quem aposta no caos e na imprevisibilidade se afasta dos compromissos coletivos que a humanidade precisa urgentemente assumir. Negociar com base na lei do mais forte é um atalho perigoso para a instabilidade e para a guerra. Frente à polarização e à ameaça de fragmentação, a defesa consistente do multilateralismo é o único caminho que devemos trilhar”, defendeu.

A reunião, realizada no Palácio do Itamaraty, também abordou temas como mudanças climáticas, comércio, investimentos e governança da inteligência artificial. O bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e novos membros, terá o Brasil na presidência até dezembro de 2025, sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio