Um dia após ser demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta quarta-feira (26) que considera “inconcebível” a “fritura” que antecedeu sua demissão do cargo. A ministra justificou a decisão do presidente, mas criticou a forma como o tema foi tratado pela imprensa, que antecipou sua saída.
“Ele (Lula) disse que achava importante uma mudança de perfil na Saúde. O presidente entende que as dimensões técnica e política são importantes. Disse a ele que ele é técnico de um time. Faz parte da vivência de qualquer governo a substituição de ministros”, declarou Nísia na entrada do Ministério da Saúde.
O perfil buscado por Lula é de um nome que ajude a divulgar melhor as ações do ministério - uma grande vitrine do governo em busca da reeleição em 2026.
A ministra também manifestou incômodo com a forma como sua saída foi conduzida, destacando que a decisão foi amplamente especulada antes de ser comunicada oficialmente.
“A fritura na imprensa é inconcebível, não deveria acontecer. (A imprensa) deveria apurar os fatos e não antecipar decisão do presidente”, reclamou..
A notícia da possível demissão de Nísia Trindade já era especulada desde o ano passado, quando começou a ser discutida a reforma ministerial. Nas últimas semanas, o assunto ganhou ainda mais repercussão quando Alexandre Padilha começou a ser cotado para assumir o cargo.
Segundo o Palácio do Planalto, a posse de Padilha no Ministério da Saúde está marcada para 6 de março. Até lá, Padilha e terão uma série de reuniões para discutir a transição no cargo.