O dono da rede social X - antigo Twitter, CEO da Tesla e secretário de eficiência governamental de Trump, Elon Musk, sugeriu nesta terça-feira (25), em uma postagem nas redes sociais, que os Estados Unidos apliquem sanções sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal,
Em interações com os influenciadores Paulo Figueiredo - que tem a conta no X suspensa no Brasil - e Mario Newfall, que reproduziam declarações de Moraes em uma palestra a alunos de direito da USP, Musk questionou. “Ele não tem propriedades nos Estados Unidos?”.
Em resposta ao questionamento de Musk, Paulo Figueiredo, que atualmente reside nos EUA e é alvo de decisões de Moraes, afirmou que, mesmo que o ministro não possua propriedades em solo americano, a inclusão de seu nome na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros poderia resultar no fechamento de suas contas bancárias, inclusive no Brasil, para evitar sanções secundárias.
“Uma vez que ele seja incluído na lista SND do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, todas as instituições financeiras imediatamente fecham a conta bancária dele, inclusive no Brasil, para que não sejam alvo de sanções secundárias. O presidente Trump pode fazer isso a qualquer momento, a seu critério, através da Lei Magnitsky”, postou.
A sigla SND (Specially Designated Nationals), citada por Paulo Figueiredo, se refere à uma lista mantida por um órgão do Departamento do Tesouro norte-americano que inclui pessoas e entidades com as quais as empresas e cidadãos dos Estados Unidos estão proibidos de fazer negócios. Em tréplica, Musk respondeu “Interessante” sobre a explicação de Figueiredo
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Palestra na USP
Mais cedo, ainda nesta terça-feira, Alexandre de Moraes, em palestra na USP, afirmou que as big techs - as grandes empresas de tecnologia - não são ‘enviadas de Deus’ e as definiu como ‘grupos econômicos que querem dominar a política e economia mundial’.
“Elas não são neutras. São grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania nacional de cada país, ignorando legislações, para terem poder e lucro”, afirmou.
Alexandre de Moraes também relacionou as empresas à disseminação de ideais fascistas. “Estamos começando a entender como se deu esse processo de transformar as redes sociais em instrumentos de uma ideologia nefasta, o fascismo, disseminando discursos de ódio, misoginia, homofobia e até ideias nazistas”, declarou.
“Em nenhum lugar do mundo esses grupos dizem que são contra a democracia. Eles dizem: ‘essa democracia [...] tem fraudes’, então essa não vale. Se eu perder, não vale. Só tem democracia se eu ganhar. E para poder fortalecer a democracia, eu tenho que tomar o poder. Esse é o discurso”, disse.