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Por que Bolsonaro precisa de autorização de Moraes para viajar à posse de Trump? Entenda

Passaporte do ex-presidente brasileiro foi retido em operação da Polícia Federal

Jair Bolsonaro e Donald Trump em encontro em março de 2019

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado para participar da cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O evento está marcado para o próximo dia 20 de janeiro. Ocorre que o brasileiro precisa de autorização judicial para deixar o Brasil.

Bolsonaro teve o passaporte retido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente brasileiro é investigado pelo suposto plano de golpe de Estado no fim de 2022.

O inquérito impôs medidas cautelares a Bolsonaro, como a restrição do passaporte. Qualquer viagem internacional precisa ser previamente comunicada e aprovada por Moraes, que avalia se a saída pode prejudicar as investigações ou processos em andamento.

Relembre:

  • O passaporte de Jair Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal em 8 de fevereiro de 2024, durante a operação Tempus Veritatis, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
  • Além de Bolsonaro, a operação mirou aliados suspeitos de conspirar contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
  • Dois oficiais militares e dois auxiliares diretos do ex-presidente foram presos.
  • Mandados contra ex-ministros: Agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão contra ex-integrantes do governo Bolsonaro.
  • A decisão que reteve o passaporte do ex-presidente cita uma reunião de 5 de julho de 2022, considerada por Moraes como evidência de uma “dinâmica golpista” na alta cúpula do governo, com desinformação e narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça Eleitoral.
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Nesta sexta-feira (10), a defesa de Bolsonaro pediu formalmente liberação para acompanhar a posse do americano. Já neste sábado, Moraes determinou que seja apresentado um documento oficial que comprove que o ex-presidente foi convidado para a posse.

Questionado, o e-mail com o convite para a cerimônia tem domínio ligado ao site oficial da organização do evento, marcado para o próximo dia 20.

Ao pedir autorização para viajar ao evento, a defesa de Bolsonaro anexou duas cópias do e-mail, uma com mensagem em inglês e outra em português. Trata-se de um e-mail enviado pelo @t47inaugural.com, mantido pela organização da posse de Trump e do vice eleito, JD Vance.

As mensagens foram enviadas ao e-mail pessoal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente brasileiro, às 0h46 da última quinta-feira (9).

“Em nome do presidente eleito Trump, gostaríamos de convidar o presidente Bolsonaro e um convidado para a cerimônia de posse do presidente eleito Trump e do vice-presidente eleito Vance na segunda-feira, 20 de janeiro, em Washington, DC. Além disso, gostaríamos de estender um convite ao presidente Bolsonaro e um convidado para comparecer ao Starlight Inaugural Ball na noite de 20 de janeiro”, dizem as mensagens.

No site, é possível ver a agenda prevista de eventos da posse, solicitar convites e se voluntariar para a organização do evento.

Ao acionar o STF, a defesa de Bolsonaro também anexou o convite para um segundo evento, o Baile Oficial de Posse Hispânico. A cerimônia, marcada para 18 de janeiro, é mais intimista e deve reunir figuras políticas como os senadores Ted Cruz e Marco Rubio.


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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.