O Senado aprovou nesta terça-feira (8) a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC). Foram 66 votos a favor e cinco contrários. O economista foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto deste ano, confirmando o favoritismo para o cargo.
Ele substituirá Roberto Campos Neto, nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro deste ano. A aprovação da indicação é considerada uma formalidade, já que as rejeições a nomes para o comando da autoridade monetária são raras.
Quem é Gabriel Galípolo?
Aos 42 anos, Gabriel Muricca Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política. Em seu currículo, consta também a fundação, em 2009, da Galípolo Consultoria, da qual foi sócio-diretor até 2022. Entre 2017 e 2021 foi presidente do Banco Fator.
Conselheiro desde a campanha eleitoral de 2022, ele fez parte da equipe de transição do governo Lula. Após a posse, virou homem de confiança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e assumiu o posto de secretário-executivo do Ministério da pasta.
Em maio de 2023, ele foi indicado por Lula para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central e teve seu nome aprovado pelo Senado em julho. À época, a indicação já sinalizava que o presidente poderia escolhê-lo no ano seguinte para o comando da autoridade monetária.
Além disso, ele foi professor do MBA de PPPs e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP) em parceria com a London School of Economics and Political Science.
De 2006 a 2012, Galípolo atuou como professor da graduação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) em disciplinas como Economia Brasileira Contemporânea; Macroeconomia; Economia para Relações Internacionais; Introdução à Ciência Política, História do Pensamento Econômico, Economia Política, entre outras.
Expectativas sobre Galipolo
O futuro presidente do BC tem atraído a atenção do mercado financeiro devido a suas declarações que sinalizam um possível novo ciclo de aumento da taxa de juros.
Desde maio, a Selic estava fixada em 10,5% ao ano, mas na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em setembro, houve um ajuste, elevando a taxa para 10,75%.
Durante o período que antecedeu essa reunião, Galípolo enfatizou, em diversas ocasiões, que um aumento da Selic estava em discussão e que a medida seria adotada sem hesitação se necessário para manter a inflação dentro da meta estabelecida.
A votação no Senado era aguardada com expectativa, já que o desempenho de Galípolo à frente do BC será crucial para os rumos da política monetária brasileira, alvo de discordância entre a equipe econômica do governo federal e a instituição autônoma, até então comandada por Campos Neto.