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Greenpeace pressiona governo contra exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Abaixo-assinado de organização pede que o presidente Lula (PT) declare a região como uma zona livre de petróleo

Sonda da Petrobras realiza pesquisas na Margem Equatorial, no Norte do Brasil

A organização não governamental (ONG) Greenpeace já reuniu mais de 100 mil assinaturas em um abaixo-assinado online onde pede ao governo brasileiro que reconheça a Amazônia como uma ‘zona livre de petróleo’. Os ambientalistas criticam os estudos que vêm sendo feitos pela Petrobras - com autorização do governo federal - para exploração em áreas sensíveis da região, como a Bacia da Foz do Amazonas.

No final de agosto, a advocacia-geral da União (AGU) aprovou um novo parecer jurídico contrariando a posição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e dando aval para que a Petrobras dê sequência no trabalho de prospecção de petróleo na região da Margem Equatorial, no norte do país.

A insistência da Petrobras em explorar a região tem gerado atritos entre os ministérios de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que tem Marina Silva à frente.

O impasse gira em torno, grosso modo, de duas questões: o potencial petrolífero da Margem Equatorial — que parte dos especialistas apontam como “o novo pré-sal” — e a sensibilidade ambiental da região.

De acordo com o Greenpeace, a ideia do governo brasileiro contrária a imagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta emplacar no mundo, de um país sustentável e preocupado com o meio ambiente.

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“Se o Brasil quer se consolidar como uma liderança climática, apostar na abertura de novas fronteiras de exploração de petróleo em áreas sensíveis, como a Bacia da Foz do Amazonas, é uma contradição que vai custar caro – principalmente para as pessoas vulnerabilizadas”, diz um trecho da petição.

A ONG também pontua que na bacia da foz do rio Amazonas, também fica o Grande Sistema de Recifes do Amazonas, um importante e recém descoberto ambiente, ainda pouco conhecido pela ciência. “Nessa zona costeira sensível, está também o maior cinturão contínuo de manguezais do planeta, um berçário de vida marinha e sustento para comunidades costeiras”, alerta.

Outro lado

Segundo a Petrobras, o trabalho feito na região da Margem Equatorial, segue ‘rigorosos padrões operacionais, técnicos e de segurança’, onde já foram perfurados mais de 1000 poços na região.

Mapa divulgado pela Petrobras para detalhar onde estão sendo feitas as pesquisas e perfurações na região

“O primeiro poço exploratório na região, feito para investigar seu potencial, se localiza a mais de 160 km do ponto mais próximo da costa e a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas”, esclarece.

Ainda segundo a estatal, todos os requisitos e procedimentos solicitados pelo Ibama durante o processo de licenciamento ambiental da Margem Equatorial foram atendidos.

A companhia prevê um investimento de US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial até 2028, com perfuração de 16 poços.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio