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Relembre as frases mais famosas de Delfim Netto, morto aos 96 anos

Delfim Netto foi um dos principais nomes da economia brasileira, atuando como ministro da Fazenda entre 1967 e 1974 - período da ditadura militar

ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento Antônio Delfim Netto durante entrevista concedida em sua casa, em São Paulo.

O ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, Antonio Delfim Netto, morreu aos 96 anos na madrugada desta segunda-feira(12). Ele estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, mas não resistiu a complicações de saúde.

Delfim é o autor da célebre frase de que é preciso“fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”, defendendo que, primeiro era necessário impulsionar o PIB, para depois dividir a riqueza entre a população.

Leia abaixo as suas frases que geraram repercussão:

  • “Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário, vocês têm que ler jornais daquele momento. As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado, como se fosse o presente. Naquele instante foi correto, só que você não conhece o futuro”.
  • “Eu acredito que deveríamos atentar e deveríamos dar a Vossa Excelência a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais que são absolutamente necessárias para que este país possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.
  • “Nós não temos competência para acabar com o Brasil. O Brasil vai sobreviver a todas as bobagens que nós fizermos”.
  • “O Lula é um diamante bruto. É um gênio. As pessoas que subestimam o Lula são idiotas. Ele realmente tem uma grande capacidade, não só de se comunicar, que é visível, mas de organizar as coisas. Ele fez um bom governo”.
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Trajetória

Delfim Netto foi um dos principais nomes da economia brasileira, atuando como ministro da Fazenda entre 1967 e 1974 - período da ditadura militar. Depois, chegou a atuar como ministro do Planejamento, da Agricultura e embaixador do Brasil na França, além de atuar como deputado federal por São Paulo durante 20 anos.

Foi durante o seu mandato à frente da Fazenda que o Brasil experimentou um crescimento econômico anual de 9% no PIB, em média. O feito foi batizado de o “milagre econômico”.

Além do trabalho à frente da economia brasileira, Delfim Netto também será lembrado por ter sido um dos signatários do Ato Institucional Nº 5, de dezembro de 1968, que endureceu ainda mais o regime militar e aumentou a repressão do governo contra opositores.

A partir do ato, instituido pelo presidente militar Costa e Silva, a Ditadura Militar iniciou o seu período mais rígido, promovendo a censura dos meios de comunicação e a tortura de presos políticos.

Seu enterro será restrito à família, sem velório aberto ao público.


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Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio