O ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, Antonio Delfim Netto, morreu aos 96 anos na madrugada desta segunda-feira(12).
Delfim é o autor da célebre frase de que é preciso“fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”, defendendo que, primeiro era necessário impulsionar o PIB, para depois dividir a riqueza entre a população.
Leia abaixo as suas frases que geraram repercussão:
- “Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário, vocês têm que ler jornais daquele momento. As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado, como se fosse o presente. Naquele instante foi correto, só que você não conhece o futuro”.
- “Eu acredito que deveríamos atentar e deveríamos dar a Vossa Excelência a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais que são absolutamente necessárias para que este país possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.
- “Nós não temos competência para acabar com o Brasil. O Brasil vai sobreviver a todas as bobagens que nós fizermos”.
- “O Lula é um diamante bruto. É um gênio. As pessoas que subestimam o Lula são idiotas. Ele realmente tem uma grande capacidade, não só de se comunicar, que é visível, mas de organizar as coisas. Ele fez um bom governo”.
Trajetória
Delfim Netto foi um dos principais nomes da economia brasileira, atuando como ministro da Fazenda entre 1967 e 1974 - período da ditadura militar. Depois, chegou a atuar como ministro do Planejamento, da Agricultura e embaixador do Brasil na França, além de atuar como deputado federal por São Paulo durante 20 anos.
Foi durante o seu mandato à frente da Fazenda que o Brasil experimentou um crescimento econômico anual de 9% no PIB, em média. O feito foi batizado de o “milagre econômico”.
Além do trabalho à frente da economia brasileira, Delfim Netto também será lembrado por ter sido um dos signatários do Ato Institucional Nº 5, de dezembro de 1968, que endureceu ainda mais o regime militar e aumentou a repressão do governo contra opositores.
A partir do ato, instituido pelo presidente militar Costa e Silva, a Ditadura Militar iniciou o seu período mais rígido, promovendo a censura dos meios de comunicação e a tortura de presos políticos.
Seu enterro será restrito à família, sem velório aberto ao público.