Líderes mundiais reagiram
ao resultado das eleições na Venezuela que consagraram a reeleição de Nicolás Maduro, conforme anunciado na madrugada desta segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo chavismo. Enquanto países como EUA, Chile e Argentina demonstram preocupação com a transparência das eleições, aliados de Maduro, como China e Rússia, já reconheceram o resultado.
Até a manhã desta segunda-feira, o Brasil ainda não havia se posicionado oficialmente. A última manifestação sobre o pleito foi do assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, que disse esperar que o resultado fosse respeitado “por todos os candidatos”.
Nos EUA, país que impõe sanções econômicas à Venezuela e que é crítica do regime de Maduro, o resultado não foi reconhecido pelo governo. Em um pronunciamento, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, demonstrou preocupação com a transparência do resultado.
“Os Estados Unidos têm sérias preocupações de que o resultado anunciado [pelo regime] não reflete a vontade nem os votos do povo venezuelano e pedem que as autoridades eleitorais publiquem uma relação detalhada dos votos”, disse
Na América Latina, quem também demonstrou preocupação com a veracidade do resultado divulgado foi o presidente do Chile, Gabriel Boric, que criticou Maduro.
“O regime de Maduro deve compreender que os resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo. [...] Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, declarou.
Na Argentina, o presidente Javier Milei foi mais enfático, e apontou uma vitória de Edmundo González Urrutia, candidato da oposição.
“Ditador Maduro, fora! Os venezuelanos decidiram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados apontam uma vitória acachapante da oposição e o mundo espera o reconhecimento desta derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte. A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular desta vez”, disse Milei.
Após a declaração de vitória de Nicolás Maduro, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou à “total transparência do processo eleitoral” na Venezuela.
“Os venezuelanos votaram sobre o futuro do país de forma pacífica e em grande número. A vontade deve ser respeitada. É essencial garantir a total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem pormenorizada dos votos e o acesso [aos documentos] das assembleias de voto”, afirmou Borrell numa mensagem publicada nas redes sociais.
Oficialmente, o CNE proclamou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia. A oposição reivindica a vitória nas eleições presidenciais, alegando ter ao menos 70% dos votos, conforme apontado pela líder da oposição, Maria Corina Machado - que foi impedida de concorrer pelo regime de Maduro.
Apesar das contestações, o resultado foi imediatamente reconhecido por países aliados de Maduro, como China, Rússia, Nicarágua e Cuba.
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