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PEC que dá autonomia financeira ao Banco Central tem análise adiada no Senado

Discussão será retomada na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da próxima semana. Análise ocorre em meio aos confrontos entre Lula e Campos Neto

Banco Central do Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal adiou, nesta quarta-feira (3), a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que confere autonomia financeira e administrativa ao Banco Central. A discussão foi interrompida por um pedido de vista coletivo dos senadores que compõem o colegiado — portanto, um prazo maior para examinar o assunto — e deverá ser retomada na próxima sessão. O relator, senador Plínio Valério (PSDB-AM), já apresentou relatório favorável à PEC.

A proposta em discussão amplia a autonomia do Banco Central convertendo-o em uma empresa pública — hoje uma autarquia vinculada ao Governo Federal — e desvincula-o do Ministério da Fazenda. A PEC prevê que a instituição elabore e execute o próprio orçamento, submetendo as contas apenas à aprovação do Congresso Nacional. O texto é um prolongamento da lei complementar sancionada em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que garantiu autonomia operacional ao BC.

A análise da PEC em tramitação na CCJ ocorre em meio à intensificação das disputas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O mal-estar recorrente entre eles escalou nos últimos dias diante da alta do dólar no país, que fechou a R$ 5,66 nessa terça-feira (2). Governistas defendem o adiamento da discussão da PEC, mas, ainda não há posição oficial sobre a proposta.

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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.