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Mandantes do assassinato de Marielle Franco chegam a Brasília e seguem para presídio de segurança máxima

Irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e delegado Rivaldo Barbosa foram presos no Rio de Janeiro neste domingo (24) e transferidos para Brasília

Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, apontados como os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, chegaram a Brasília nesta tarde de domingo (24) e seguem para a penitenciária de segurança máxima na capital federal, onde devem permanecer detidos. Os três estão presos preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos nas primeiras horas do dia, no Rio de Janeiro. Investigação da Polícia Federal (PF) indica que os irmãos encomendaram o assassinato da vereadora carioca; e Rivaldo, à época chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, atuou para encobertar os dois e impedir que a investigação chegasse até eles.

PF indica exploração imobiliária ilegal e expansão de milícias como principais motivações

A atuação da vereadora carioca Marielle Franco pela ocupação de terrenos no Rio de Janeiro por pessoas de baixa renda é a motivação básica para o assassinato dela pelos irmãos Brazão, segundo indica o relatório da Polícia Federal (PF) que levou à prisão dos dois mandantes neste domingo (24). Conforme trecho do relatório lido pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta tarde de domingo, Chiquinho Brazão começou a tramar contra Marielle em 2017. O grupo político de Marielle e os milicianos de Brazão divergiam sobre ocupação do território urbano.

"[Investigação] aponta diversos indícios de envolvimento dos Brazão, em especial do Domingos, em atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e grilagem de terras. Por fim, ficou designada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito de moradia”, leu o ministro.

Segundo a delação de Ronnie Lessa, Marielle se tornou alvo ao defender a ocupação dos terrenos pelas pessoas de baixa renda. Ela também exigia que os processos fossem acompanhados pelo Núcleo de Terra e Habitação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Os Brazão, na contramão, queriam a regularização de um condomínio em Jacarepaguá sem respeitar o critério de área de interesse social.

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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.