O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou nesta quarta-feira (6) que não aceitará “chantagens” diante da mobilização de senadores bolsonaristas que ocupam a Mesa do plenário da Casa. A declaração foi feita durante reunião com líderes governistas na Residência Oficial, convocada para buscar uma solução diante do impasse que tem travado os trabalhos legislativos.
Desde a noite de terça-feira (5), parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se revezam na ocupação das cadeiras da Mesa Diretora do Senado e da Câmara dos Deputados, como forma de protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares.
A obstrução forçou o cancelamento das sessões previstas para esta semana nas duas Casas Legislativas. Em meio ao clima de tensão, Alcolumbre reforçou que não cederá a pressões e que a presidência do Senado seguirá pautada pelo respeito às instituições.
Senadores da oposição, no entanto, recusaram-se a participar da reunião liderada por Alcolumbre e solicitaram um encontro separado com o presidente da Casa. O líder oposicionista Rogério Marinho (PL-RN) confirmou a decisão do grupo de se ausentar das discussões com os governistas.
A paralisação expõe o aprofundamento da crise institucional provocada pela prisão do ex-presidente, que tem mobilizado sua base política no Congresso. Ainda não há previsão para a retomada das atividades legislativas.
