O União Brasil escolheu nesta quinta-feira (29) sua nova diretoria executiva, em uma disputa que pode parar na Justiça. O vice-presidente da legenda, Antônio Rueda, foi escolhido, pela maioria, como novo presidente do União Brasil. A posse da nova diretoria está prevista para 1 de junho. Até lá, o partido, que possui 7 senadores, 56 deputados federais, 4 governadores, além de ministros do governo Lula (PT), será comandado por Luciano Bivar, que ameaçou acionar a Justiça contra a decisão tomada pela executiva nacional da legenda.
O ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que foi eleito 1ª vice-presidente da legenda, minimizou a possibilidade de o resultado do pleito ir parar na Justiça. “Não sei se de fato o presidente Bivar vai judicializar, espero que não o faça. Se fizer, nós vamos às instâncias judiciais demonstrar a lisura do processo, demonstrar que nós cumprimos, rigorosamente, o regimento e o estatuto do União Brasil, e que esta convenção foi realizada com todo o respaldo político”, afirmou, em conversa com jornalistas, após a divulgação do resultado.
Ainda em seu discurso, ACM Neto fez questão de destacar que a Justiça, caso acionada, irá manter a decisão tomada pela executiva nacional. “Não há um dono de partido, aqui há um coletivo, e todo esse coletivo estava presente, a fotografia pode atestar isso. A presença dessas figuras confirma o que estou dizendo, deixando o presidente Bivar, infelizmente, isolado nesse processo. A gente acredita que o Poder Judiciário, caso acionado, ele vai confirmar a autonomia do partido e a lisura do processo. Espero que não aconteça, agora, estamos prontos para caso isso aconteça, sustentar a decisão que foi tomada”, enfatizou ACM Neto.
O presidente eleito, Antonio Rueda, evitou falar sobre o atrito com Bivar, e enfatizou, em seu discurso, que o diálogo irá pautar sua gestão à frente do União Brasil. “O exercício diário do diálogo e da democracia, porque é assim que as coisas funcionam, na minha empresa funciona assim, no diálogo, na compreensão, na serenidade e na razoabilidade”, destacou Rueda, que prometeu ampliar o número de prefeituras nas eleições de 2024, e aumentar, ainda, o quadro de filiados.
FEDERAÇÃO COM O PROGRESSISTAS E O REPUBLICANOS
O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (União-BA), afirmou, em seu discurso, que o Progressistas é um partido irmão, e defendeu as conversas para a formação de uma federação entre o União Brasil, o Progressistas e o Republicanos. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), esteve na sede do União Brasil, em Brasília, para cumprimentar a nova diretoria da legenda. “Vocês viram eu defendendo, neste instante, uma federação com o PP. Eu posso ser vencido, mas será na política, no diálogo entre pares que vão olhar sempre o que for melhor para o partido”, afirmou Elmar.
O líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (União-PB), avaliou que este não seria o momento oportuno para iniciar uma discussão sobre uma eventual federação com o Progressistas. “Acredito que não era o melhor momento para iniciar já com uma dissidência. É uma tema que traz diferentes visões, não acredito que seja para 2024, um tempo hábil ainda para conversar com ambos os partidos, tanto o PP quanto o Republicanos, mas algo que pós eleições municipais, dependendo do desenho que sair das urnas, visando, talvez, as eleições de 2026, possa ser estudado. O diálogo entre os partidos é bom, tanto entre as bancadas também, mas, eu acredito que para as eleições municipais está bem escasso”, afirmou o senador.
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