Fora do Governo de Minas após
Em comunicado, o Governo de Minas confirmou que Gustavo Barbosa ocupará o posto de assessor para assuntos estratégicos do governador Romeu Zema e do vice-governador Mateus Simões, ambos do partido Novo. A função é vinculada à Secretaria-Geral do Governo, chefiada por Marcel Beghini.
“O cargo a ser ocupado será remunerado com provimento em comissão DAD-12. Além disso, Gustavo Barbosa receberá uma gratificação temporária estratégica GTED-5 SG1100119, da Secretaria-Geral”, diz nota divulgada pelo governo à reportagem.
O cargo em comissão DAD-12 tem valor de R$ 9.905,40, já a gratificação temporária estratégica GTED-5 vale R$ 2.000. Com isso, mesmo fora da secretaria, Barbosa receberá R$ 11,9 mil mensais.
Como secretário, Gustavo Barbosa recebia salário bruto no valor de R$ 15,6 mil - cerca de R$ 12,3 mil líquido. No entanto, ele fazia jus, ainda, a jetons que totalizavam mais R$ 16 mil, o que elevava seu salário para mais de R$ 28 mil. Os jetons são remunerações pagas, principalmente, por empresas estatais ou de economia mista, a representantes de conselhos de Administração ou Fiscais por participação em reuniões executivas.
A reportagem também questionou o governo se Barbosa permanecerá recebendo os jetons, mas ainda não obteve resposta.
Gustavo Barbosa exonerado
Gustavo Barbosa deixa o cargo após cinco anos. Ele chegou ao Governo de Minas no primeiro dia de mandato de Zema com o objetivo de aprovar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em Minas, algo que ele já tinha feito no Rio de Janeiro. Um projeto de lei que pede adesão ao plano foi apresentado ainda em 2019, mas sofreu resistência da Assembleia Legislativa no primeiro mandato e, agora, de outras lideranças políticas.
Com isso, o RRF perdeu força até mesmo dentro do Executivo estadual, quando Zema e outras lideranças do governo passaram a endossar a negociação capitaneada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para uma solução alternativa para a dívida do estado com a União. O valor gira em torno de R$ 160 bilhões.
A principal crítica ao projeto do Regime de Recuperação Fiscal é que ele praticamente congelaria os investimentos públicos no estado por um período de nove anos, além de reduzir a possibilidade de reajustes de salários para o funcionalismo público, em troca de um refinanciamento da dívida, com parcelas mais suaves e que seriam elevadas progressivamente. No entanto, segundo Pacheco, ao final dos nove anos, a dívida, mesmo com esse esforço, saltaria para R$ 210 bilhões.
Participe do canal da Itatiaia no Whatsapp e receba as principais notícias do dia direto no seu celular.