O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, classificou a reunião de Jair Bolsonaro com a alta cúpula do Governo Federal à época da presidência da República como “confissão de crime a céu aberto”. A declaração foi feita em publicação no X neste sábado (10), dois dias após a operação da Polícia Federal (PF) que tratou Bolsonaro e aliados dele como os principais alvos por tentativa de golpe de Estado. “Uma reunião contra a democracia e, também, contra os valores cristãos. Pessoas que dizem professar o cristianismo, mas que se revelam agentes do caos”, escreveu. “Essas pessoas, que se diziam cristãs, queriam tirar do povo o direito de escolher livremente”, acrescentou.
Um grupo de homens públicos, autoridades do Poder Executivo, se reúne no Palácio do Planalto, três meses antes da eleição, para tramar um Golpe de Estado, contra o Brasil, contra a Democracia, contra os brasileiros.
— Jorge Messias (@jorgemessiasagu) February 10, 2024
Ouviram um Presidente da Republica falar palavrões atrás de… https://t.co/1jpqqQs91B
Na última quinta-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, além de medidas cautelares, contra Bolsonaro e aliados dele. O teor da reunião ministerial feita por Bolsonaro, à época presidente, é citada na decisão para justificar a realização da operação. Nessa sexta-feira (9), Moraes autorizou a publicação da íntegra da gravação da reunião. Esses desdobramentos recentes do inquérito da PF têm movimentado interlocutores do governo Lula (PT) e a oposição. Senadores do PL têm pressionado para que o colegiado do STF retire Moraes dos inquéritos sobre o 8 de Janeiro e também daqueles que citam Bolsonaro.
Operação da Polícia Federal. Na quinta-feira, a PF prendeu o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em flagrante por porte ilegal de arma durante a operação Tempus Veritatis; além dele, outros quatro aliados de Bolsonaro, suspeitos de tentativa de golpe de Estado, também foram presos. O ministro Alexandre de Moraes expediu ainda 33 mandados de busca e apreensão e impôs 48 medidas cautelares — a partir delas, Bolsonaro está proibido de deixar o Brasil e precisou entregar o passaporte à PF.
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