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AGU critica reunião de Bolsonaro investigada pela PF: ’confissão de crime a céu aberto’

Reunião feita por Bolsonaro com alta cúpula ministerial é alvo de inquérito da PF, que investiga tentativa de golpe de Estado

Advogado-geral da União comentou sobre reunião de Bolsonaro com alta cúpula ministerial divulgada nessa sexta-feira (9) pelo STF

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, classificou a reunião de Jair Bolsonaro com a alta cúpula do Governo Federal à época da presidência da República como “confissão de crime a céu aberto”. A declaração foi feita em publicação no X neste sábado (10), dois dias após a operação da Polícia Federal (PF) que tratou Bolsonaro e aliados dele como os principais alvos por tentativa de golpe de Estado. “Uma reunião contra a democracia e, também, contra os valores cristãos. Pessoas que dizem professar o cristianismo, mas que se revelam agentes do caos”, escreveu. “Essas pessoas, que se diziam cristãs, queriam tirar do povo o direito de escolher livremente”, acrescentou.

Na última quinta-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, além de medidas cautelares, contra Bolsonaro e aliados dele. O teor da reunião ministerial feita por Bolsonaro, à época presidente, é citada na decisão para justificar a realização da operação. Nessa sexta-feira (9), Moraes autorizou a publicação da íntegra da gravação da reunião. Esses desdobramentos recentes do inquérito da PF têm movimentado interlocutores do governo Lula (PT) e a oposição. Senadores do PL têm pressionado para que o colegiado do STF retire Moraes dos inquéritos sobre o 8 de Janeiro e também daqueles que citam Bolsonaro.

Operação da Polícia Federal. Na quinta-feira, a PF prendeu o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em flagrante por porte ilegal de arma durante a operação Tempus Veritatis; além dele, outros quatro aliados de Bolsonaro, suspeitos de tentativa de golpe de Estado, também foram presos. O ministro Alexandre de Moraes expediu ainda 33 mandados de busca e apreensão e impôs 48 medidas cautelares — a partir delas, Bolsonaro está proibido de deixar o Brasil e precisou entregar o passaporte à PF.

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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.