O evento ‘Democracia Inabalada’, idealizado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e realizado na última segunda-feira (8), contou com diversas ausências de governadores e parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A cerimônia que buscava rememorar os incidentes nos prédios dos Três Poderes também teve faltantes como a do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e de quatro dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): André Mendonça, Nunes Marques, Luiz Fuz e Dias Toffoli. Arthur Lira, que havia confirmado presença no evento e que havia sido escalado como um dos oradores da solenidade, cancelou sua presença alegando problemas de saúde na família.
Junto a Lula, a cerimônia contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Todos proferiram discursos durante a cerimônia.
Diversos deputados e senadores de partidos de oposição ao governo Lula optaram por não participar da solenidade. Do Centrão, apenas membros do PSD estiveram presentes, incluindo a senadora Eliziane Gama (MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que apoiou a candidatura do petista no segundo turno das eleições. Os líderes do partido no Senado e na Câmara, Otto Alencar (BA) e Antônio Brito (BA), respectivamente, também compareceram. O deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da CPMI, também esteve presente.
Assim como Lira, os deputados Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ambos vice-presidentes da Câmara, não compareceram. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), participou da cerimônia.
Nas redes sociais, o evento foi amplamente criticado pelos parlamentares de oposição criticaram o evento. O senador Eduardo Girão (Novo-CE), comparou o evento a um teatro e diz repudiar “encenações que reforçam narrativas” e uma “falsa independência do Senado Federal”. Já o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) elogiou o presidente da Câmara por não participar, mesmo após a justificativa do presidente.
A maioria dos governadores convidados para o evento não compareceu à cerimônia. Entre os 27 governadores, 14 não compareceram ao evento. Dos sete governadores que lideram os estados do Sul e do Sudeste, apenas dois compareceram: o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desistiu da agenda após ser pressionado pelas lideranças do seu partido. Nas redes sociais, Zema afirma que a cerimônia se transformou em um evento político.
Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, também se ausentou. O governador, que chegou a ser afastado das suas funções após os ataques do 8 de janeiro pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, está nos Estados Unidos. Desta forma, o governo da capital federal foi representado pela vice-governadora Celina Leão (PP). Além de Ibaneis, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também justificou a ausência com o seu período de férias. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, está de férias no exterior, assim como o vice-governador Felício Ramuth (PSD). O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) não participou e não justificou sua ausência.
No Centro-Oeste, dois governadores também não compareceram à solenidade. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União). Ambos afirmaram ter compromissos pré-agendados.
Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná e Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina, também não compareceram ao evento.
Na região norte, apenas dois governadores participaram da solenidade: o governador do Pará, Helder Carvalho (MDB) e o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade). O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União) e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União) faltaram sem apresentar justificativas. Já o governador do Acre, Gladson Camelli (PP), o governador de Roraima, Antônio Denarium (PP) e o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) afirmaram cumprir agenda pré-existente na data do evento.
A região com maior número de participações de governadores foi o Nordeste. A única ausência registrada foi a do governador do Alagoas, Paulo Dantas (MDB) que utilizou das suas redes sociais para lembrar a data, apesar de não justificar sua falta. Paulo Dantas foi o único chefe do executivo a faltar, entre os nove Estados do nordeste.